Para celebrar o Dia Nacional de Combate à Hanseníase, que ocorreu no domingo (28), a Secretaria da Saúde de Guarulhos lançou um protocolo contra a doença durante evento realizado no Teatro Adamastor na segunda-feira (29). Mais de 200 profissionais, incluindo enfermeiros, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, gerentes e supervisores das Unidades Básicas de Saúde (UBS) e serviços especializados estiveram presentes no lançamento.
O protocolo de hanseníase em Guarulhos, alinhado à portaria 3.125/2010 e ao Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Hanseníase do Ministério da Saúde de 2022, desempenha um papel crucial na uniformização das ações de saúde no município e na região do Alto Tietê. Esse protocolo visa a assegurar um atendimento abrangente e de qualidade aos pacientes com hanseníase, proporcionando condições para o adequado dimensionamento de recursos humanos e materiais. Todos os serviços estão orientados a ampliar o acesso e aprimorar o atendimento, com foco na organização da rede e atenção integral à saúde, buscando vincular as pessoas afetadas e suas famílias, garantindo a integração dos pontos de atenção no território e qualificando o cuidado por meio do acolhimento, da classificação de risco e de linhas de cuidados integrados às redes de atenção à saúde.
O evento no Adamastor destacou ainda a história da hanseníase no município de Guarulhos, contada por profissionais que dedicaram mais de três décadas ao enfrentamento dessa doença. A assistente social Angelina Lopes, atuante na UBS Tranquilidade, que é referência para a doença no município e na região do Alto Tietê, destacou a importância vital de sua profissão diante dessa enfermidade.
Na ocasião a dermatologista Dalila Filomena Mohallem abordou a epidemiologia da doença, enquanto que Maria do Rosário Vidigal, também dermatologista, explicou os procedimentos de diagnóstico, tratamento e recuperação, enfatizando a cura da hanseníase.
A escolha da UBS Tranquilidade como referência municipal e do Alto Tietê em atendimento à pessoa com hanseníase foi baseada na história da doença no município, que está diretamente ligada ao Complexo Hospitalar Padre Bento, fundado em 1931 para a internação compulsória de hansenianos até 1962, quando esse modelo de tratamento foi encerrado. O complexo está localizado ao lado da UBS Tranquilidade.
A gerente da unidade, Luana Batista de Andrade, apresentou o fluxo de atendimento estabelecido pelo município no enfrentamento da hanseníase, tendo o depoimento da enfermeira Elizangela Dinorah Santos Coelho como reforço do papel fundamental da enfermagem no acolhimento, na sensibilização e no acompanhamento de pacientes diagnosticados e seus contatos, que são monitorados por cinco anos.
A mesa de abertura do evento contou com a presença da diretora do Departamento de Vigilância em Saúde, Valeska Aubin Zanetti Mion, da diretora do Departamento de Assistência Integral à Saúde, Amanda Loos Agra, e da presidente do Conselho Municipal de Saúde, Maria Zélia Brito de Sousa.
Sobre a hanseníase
A doença, popularmente conhecida como “lepra”, é um mal infectocontagioso e o Brasil figura como o segundo país com maior incidência de casos no mundo. Dada a sua significativa carga, a doença persiste como uma questão relevante de saúde pública no país, exigindo notificação compulsória e investigação obrigatória. Entre os principais sintomas destacam-se manchas na pele, que podem ser brancas, avermelhadas, acastanhadas ou amarronzadas, associadas a alterações na sensibilidade à temperatura, dor e/ou tato.
A campanha Janeiro Roxo tem o objetivo de alertar e conscientizar a sociedade sobre o combate à hanseníase.
