A Prefeitura de São Paulo terá uma plataforma, desenvolvida pelo Banco Mundial, para monitorar e fiscalizar a movimentação de carros vinculados aos quatro aplicativos de transporte regulamentados na cidade: Uber, Cabify, 99POP e Easy. O controle municipal de circulação dos veículos dependerá, porém, da colaboração dos motoristas.
A ideia é que o condutor faça o download de um aplicativo – que será inicialmente oferecido para o sistema Android -, cadastre-se e forneça informações sobre o trajeto de todas as viagens realizadas. A previsão é de que a plataforma e o aplicativo estejam em funcionamento até o fim do ano. O projeto será implementado pela SP Negócios, empresa municipal responsável por atrair investidores.
Ainda nesta semana, terá início a fase de teste no sistema Android. Dez motoristas de cada aplicativo serão selecionados até amanhã. Para ter a adesão do maior número possível de condutores, a Prefeitura promete oferecer no aplicativo o acompanhamento da defesa de autuações do veículo, consulta sobre multas de trânsito e recursos. Além disso, parceiros de empresas de transporte terão no aplicativo canal de comunicação direta com a gestão: poderão fazer reclamações de eventos, objetos nas vias e fiscais, além de obter segundas vias de documentos.
Painel
Com as informações sobre as viagens no sistema, a administração municipal terá um painel de controle para acompanhar a movimentação dos carros em tempo real pelas ruas da cidade, semelhante ao aplicativo Waze. O monitoramento permitirá a implementação de incentivos prometidos em maio, quando o prefeito Fernando Haddad (PT) regulamentou a atividade de transporte individual por aplicativos.
Na época, a gestão fixou uma outorga para os motoristas ao custo de R$ 0,10 por quilômetro rodado e garantiu que os créditos repassados aos condutores valerão mais quando circularem na periferia, à noite, adaptados para pessoas com deficiência e com viagens compartilhadas por mais de um usuário. O presidente da SPNegócios, Rodrigo Pirajá, explica que esse incentivo nunca entrou em prática por dois motivos. “A lógica é reduzir o valor em horários alternativos e na periferia.
Ainda não implementamos porque estamos em uma fase de transição e é importante que a nova gestão valide qualquer inovação. Não seria nada republicano publicar no fim do governo uma medida com tanto impacto. A outra razão é porque precisávamos de dados mais consolidados do sistema para poder calibrar melhor esses redutores.”
Pirajá afirma que este é um aplicativo pioneiro e, por isso, o interesse do Banco Mundial em desenvolvê-lo. Foram necessários quatro meses e meio para desenvolver o sistema. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.