Estadão

Prefeitura e ONG promovem passarinhada em SP

Em um sábado por mês, em algum parque da Prefeitura de São Paulo, um grupo se encontra às 7 horas para observar pássaros. Organizado pela Divisão da Fauna Silvestre, da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, é uma parceria com a ONG Save Brasil.

O encontro de abril será hoje, no Parque Augusta, na Consolação, região central de São Paulo. O link da inscrição pode ser encontrado no perfil do Instagram da Save Brasil. A edição anterior foi no último sábado de março no Parque Cemucam, em Cotia, o único com gestão da Prefeitura fora da área do Município.

A passarinhada reúne vários perfis de pessoas em cada encontro. No último, 50 pessoas participaram. Amanda Maciel, que participa dos encontros, por exemplo, é mestre em direito ambiental e diz que "o bacana é poder conhecer vários parques diferentes" enquanto observa as aves. Ela não fotografa, mas faz uso do binóculo fornecido pelo projeto no início da caminhada. Diz que prefere "guardar as imagens na mente".

Segundo o assistente de campo da Save Brasil, Marcos Silva, o objetivo do Vem Passarinhar Sampa é mostrar a diversidade de aves existentes na cidade, aumentar a consciência ambiental, e que as pessoas conheçam os parques de São Paulo. "Quanto mais pessoas tiverem essa consciência, mais aliados teremos para a conservação", diz.

<b>Conectar</b>

A bióloga e coordenadora de equipe na Divisão da Fauna Silvestre da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, Letícia Bolian Zimback, diz que é preciso entender que no mesmo local em que as pessoas estão, ou bem perto de suas casas, existem várias outras formas de vida – vivendo e sobrevivendo. "Então, com as aves conseguimos ilustrar isso muito bem, usamos a passarinhada para conectar as pessoas com a natureza."

Nos encontros há sempre um biólogo conduzindo o grupo. Esse profissional tem o conhecimento de quais espécies de aves podem aparecer em determinado parque. "Nosso papel é ser um trampolim para a observação de aves, somos um guia ao observar e a atividade acaba sendo mais proveitosa para o público", diz Letícia.

Amanda também comentou que, para ela, faz toda a diferença a presença dos biólogos que conduzem as "passarinhadas". Não apenas para ajudar a localizar e identificar os pássaros, mas, "certa vez, em um encontro, um biólogo fez um comentário sobre alimentação e eu trouxe essa dica super saudável para a minha rotina", disse.

Para Victor Pássaro, aposentado, fotógrafo e observador de pássaros, além do contato com a natureza, é importante estar se exercitando a cada encontro. "Além das caminhadas em cada encontro, cada vez que eu venho consigo absorver coisas diferentes, não só sobre os pássaros. Mas, também, sobre as árvores e a questão ecológica." O Vem Passarinhar Sampa existe desde 2016 e surgiu no Instituto Butantan. Em fevereiro de 2020, deu uma pausa por causa da pandemia de covid-19, mas voltou em dezembro de 2021.

No fim de cada passarinhada, o grupo faz o levantamento do que foi avistado e os dados são inseridos em no aplicativo eBird. No encontro do Parque Cemucam, foram identificadas 50 espécies diferentes.
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>

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