Saúde

Prefeitura intensifica ações preventivas diante do ressurgimento do sorotipo 3 da dengue em São Paulo

O retorno do sorotipo 3 do vírus da dengue, ausente no Brasil por mais de 15 anos e recentemente identificado na cidade de São Paulo, é um alerta para o risco iminente de uma nova epidemia. Para evitá-la a Prefeitura de Guarulhos intensifica as ações preventivas contra o mosquito Aedes aegypti, convoca a população para que elimine recipientes propensos ao acúmulo de água parada em seus quintais e reforça a importância de receberem os agentes de combates às endemias nas residências para orientações e identificação de possíveis criadouros.

Em 2023 Guarulhos registrou 1.825 casos de dengue, caracterizados pela presença dos sorotipos 1 e 2 circulando em todas as regiões do município. Comparativamente aos registros de casos positivos em 2022, que foram 1.066, observou-se um alarmante aumento de 72% na incidência da doença. Neste ano a cidade já registrou 41 casos, sendo que análises estão sendo feitas para identificar os sorotipos em circulação. Os dados são do Sistema de Informação de Agravos de Notificação desta quinta-feira (18).

Desde o início do ano os agentes de combate às endemias visitaram 3.049 imóveis para a realização de bloqueio de criadouros com o objetivo de interromper a cadeia de transmissão do Aedes aegypti, vetor da dengue, do zika vírus e da chikungunya. Os esforços foram concentrados nos bairros Parque Santo Antônio, Vila Harmonia, Centro, Jardim Rossi, Jardim Presidente Dutra, Vila das Malvinas, Jardim São Manoel, Parque Maria Helena e Jardim Angélica.
As equipes também realizaram vistorias e acompanharam 27 imóveis estratégicos, como pontos de reciclagem, ferros-velhos e borracharias, que pela natureza de suas atividades possuem grande quantidade de recipientes que podem acumular água e assim colaborar para a criação e a dispersão do mosquito. Durante as ações, as caixas d’água são inspecionadas e, na ausência de tampa, é fornecida tela emergencialmente e dado um prazo para adequação.
Além disso, os agentes de combate às endemias realizam a avaliação de densidade larvária (ADL) quatro vezes ao ano, estratégia que possibilita verificar o índice de infestação de larvas no município e estabelecer as áreas prioritárias a serem trabalhadas. Para a intensificação nessas áreas a Prefeitura conta com a parceria e o apoio do Tiro de Guerra, nos meses de maio e novembro, após as ADLs de abril e outubro.

Sem criadouro, sem mosquito
A abordagem intersetorial da Prefeitura destaca o Comitê de Arboviroses, um espaço que reúne setores e secretarias para discutir estratégias de prevenção e controle. A prevenção, enfatizada pela máxima “Sem criadouro, sem mosquito”, envolve a conscientização da população sobre a importância de evitar água parada em recipientes, cobrir adequadamente tanques, manter a limpeza de calhas, descartar lixo corretamente e cuidar de bebedouros de animais. Recomenda-se, ainda, a remoção frequente de folhas e cascas em quintais arborizados, impedindo a formação de criadouros naturais.

Vale ressaltar que 75% dos locais de reprodução do mosquito estão localizados dentro e nas proximidades das residências. Portanto, é de suma importância receber os agentes de combate a endemias e comunitários de saúde, os quais desempenharão um papel crucial na identificação e eliminação de possíveis criadouros. O momento é de intensificar os esforços e adotar medidas preventivas para reduzir a transmissão da doença.

Vacinação
No final de 2023 o Ministério da Saúde anunciou a inclusão da vacina contra a dengue (Qdenga) no Sistema Único de Saúde, tornando o Brasil o pioneiro mundial na disponibilização desse imunizante no âmbito do sistema público universal. No entanto, como a capacidade do laboratório produtor de vacinas é limitada, a cobertura inicial será restrita, contemplando aproximadamente 3,2 milhões de pessoas aptas a serem vacinadas. A estratégia de vacinação, com a definição de público e regiões prioritárias, será feita com estados e municípios.

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