Prefeitura não quer enfrentar volta às aulas porque tem eleição, diz Matarazzo

O ex-ministro e ex-secretário Andrea Matarazzo, candidato do PSD à Prefeitura de São Paulo, criticou a atual administração da cidade por não ter, segundo ele, elaborado e executado um plano que viabilizasse o retorno às aulas da rede pública municipal em meio à pandemia do novo coronavírus. Durante sabatina do <b>Estadão</b>, ele também acusou a gestão de não enfrentar o problema de frente por causa das eleições, já que a maioria dos pais é contra a volta escolar.

"A Prefeitura não enfrentou. A Prefeitura não quer enfrentar esse drama porque tem eleição agora", afirmou, em referência ao candidato à reeleição e prefeito, Bruno Covas (PSDB). "Essa é a diferença. Eu discutiria sim com o sindicato de professores. É hora de pensar na população e parar de pensar sempre na próxima eleição", disse.

<b>REABERTURA</b>

Matarazzo defendeu a necessidade de implementar um conselho de médicos para elaborar um protocolo de retorno às atividades, nos moldes do que fez o governo do Estado. O candidato disse ainda que, caso as escolas tivessem infraestrutura para aplicar o plano, ele seguiria com a reabertura escolar, deixando a critério dos pais a escolha de levar ou não os seus filhos.

"Eu teria primeiro me aconselhado com médicos, eu teria um conselho de médicos que, se me dissessem – como os do Estado disseram – que já pode fazer com determinado protocolo, eu teria voltado. Se eu por acaso sentisse que a infraestrutura das escolas não tem condições de aplicar aquele protocolo, eu teria pelo menos liberado as escolas privadas. Porque elas têm condições de aplicar os protocolos", disse o ex-ministro. Perguntado sobre a possibilidade de isso aprofundar as desigualdades sociais, Matarazzo levantou as pautas do reforço escolar e do contraturno nos equipamentos de esporte e de cultura.

<b>PADRINHO</b>

Sobre o fato de sua campanha não apresentar um padrinho político, apesar de ele ser próximo do ex-ministro Gilberto Kassab, Matarazzo disse que está "discutindo a cidade". "Acho que a campanha é do candidato a prefeito, né? É minha. Eu não preciso ter padrinho", afirmou. "Como (outros candidatos) não têm assunto, não conseguem discutir o bairro, a necessidade, a prioridade. Então ficam discutindo ideologia ou falando dos padrinhos. Eu não quero ter padrinho porque quero ter independência." Kassab foi citado na delação da J&F e alvo de mandado de busca em 2018.

<b>ANHANGABAÚ</b>

Na sabatina, o candidato criticou as fontes de água e iluminação do Vale do Anhangabaú, no Centro da cidade São Paulo, que são parte de uma revitalização da área planejada na gestão Fernando Haddad (PT) e que começou em julho de 2019. Para Matarazzo, trata-se de uma obra "que não traz benefício para ninguém".

<b>CONSERVADOR</b>

Perguntado se pode ser considerado conservador, Matarazzo respondeu que não gosta de ser encaixado em rótulos. "Pode ser que em algumas coisas sim e em outras não", afirmou. O ex-ministro defendeu a separação entre o que é necessário fazer institucionalmente e o que são valores pessoais. "Uma coisa é o que você faz institucionalmente e outra coisa é o pensamento seu, determinados valores pessoais", disse. "Buraco de rua não é de direita e nem de esquerda."
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>

Prefeitura não quer enfrentar volta às aulas porque tem eleição, diz Matarazzo

O ex-ministro e ex-secretário Andrea Matarazzo (PSD), candidato à Prefeitura de São Paulo, voltou a criticar nesta quarta-feira, dia 4, a atual administração da cidade por não ter elaborado e executado um plano que viabilizasse o retorno às aulas da rede pública municipal em meio à pandemia do novo coronavírus. Ele também acusou a gestão de não enfrentar o problema de frente por causa das eleições 2020, já que a maioria dos pais é contra a volta escolar.

"A Prefeitura não enfrentou. A Prefeitura não quer enfrentar esse drama porque tem eleição agora", afirmou durante sabatina do <b>Estadão</b>, em referência à candidatura à reeleição do atual titular do cargo, Bruno Covas (PSDB). "Essa é a diferença. Eu discutiria sim com o sindicato de professores… É hora de pensar na população e parar de pensar sempre na próxima eleição", afirmou.

Matarazzo defendeu a necessidade de implementar um conselho de médicos para elaborar um protocolo de retorno às atividades, nos moldes do que fez o governo do Estado. O candidato disse ainda que, caso as escolas tivessem infraestrutura para aplicar o plano, ele seguiria com a reabertura escolar, deixando a critério dos pais a escolha de levar ou não os seus filhos.

"Eu teria primeiro me aconselhado com médicos, eu teria um conselho de médicos que, se me dissessem – como os do Estado disseram – que já pode fazer com determinado protocolo, eu teria voltado. Se eu por acaso sentisse que a infraestrutura das escolas não tem condições de aplicar aquele protocolo, eu teria pelo menos liberado as escolas privadas. Porque elas têm condições de aplicar os protocolos. Então a gente não pode, para esconder a nossa ineficiência, culpas os outros", defendeu o ex-ministro.

Perguntado sobre a possibilidade de aprofundar as desigualdades sociais ao possibilitar uma volta apenas para os alunos que já gozam de infraestrutura superior, como os da rede privada, Matarazzo levantou as pautas do reforço escolar e do contraturno nos equipamentos de esporte e de cultura. Além disso, ele criticou a visão segundo a qual Ensino à Distância (EAD) poderá ajudar a reduzir a lacuna.

"As desigualdades já existem e são bem grandes. Eu acho que o ano que vem inclusive, quando eu quero fazer essa coisa do contraturno nos equipamentos de esporte e de cultura, é para fazer o reforço escolar do ano inteiro inclusive. Para tentar recuperar um pouco o que se perdeu", disse. "Quem não conhece a periferia que acha que vai fazer ensino à distância, que o aluno lá do Córrego do Bispo (bairro localizado no Peri Alto), de Cidade Tiradentes ou do MBoi Mirim, onde não chega internet – nas escolas, nem pensar, e nem na casa dos alunos eles têm condições de ter um computador. Essas são desigualdades que têm que ser corrigidas e só o poder público tem condições de corrigir", concluiu.

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