Sem informar os investimentos necessários, nem como poderá obter os valores, a Prefeitura de Guarulhos aproveitou o Dia Mundial do Autista para anunciar a construção de um equipamento inovador para atendimento a alunos com autismo matriculados nas escolas da rede municipal. O local escolhido será a antiga sede da ADPM, abandonada há três décadas, localizada numa área rural de difícil acesso no extremo do bairro da Ponte Alta, a cerca de 15 quilômetros da região central de Guarulhos.
A administração, no anúncio, não levou em consideração a dificuldade que pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) podem ter no transporte de outros bairros mais distantes até o local. Alguém que mora no outro extremo de Guarulhos, por exemplo, na Ponte Grande, ou Vila Galvão, poderá gastar mais de uma hora no trânsito. Também não foi divulgado qualquer levantamento sobre o número de crianças que vivem em bairros da região do Ponte Alta e Bonsucesso, entre outros, que seriam beneficiados. Nem mesmo o total de crianças com TEA em toda a cidade. O GWeb encaminhou questionamentos à comunicação do prefeito Lucas Sanches e aguarda as respostas.
O local havia sido cogitado na administração passada para sediar um centro de formação olímpica. Mas estudos de impacto financeiro inviabilizaram a execução do projeto. Agora, por meio de estudos e pesquisas realizados pela equipe pedagógica da Secretaria de Educação, a antiga ADPM, apesar da localização não ser apropriada, surge como opção para funcionar no contraturno escolar. O espaço contaria com uma equipe de especialistas de diversas áreas, como psicólogos, psicopedagogos, educadores físicos, professores de artes e música, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais, entre outros, profissionais que vão garantir atendimento de qualidade e especializado.
“Mais do que um ambiente estruturado, este projeto nasce como um recurso essencial para o desenvolvimento, a aprendizagem e o bem-estar das nossas crianças com autismo”, explicou Patrícia Matildes, chefe da Divisão de Diversidade e Inclusão da SE.
Se for viabilizado, apesar da Prefeitura não apresentar os custos do projeto, o equipamento çpode oferecer um espaço que promova a interação, a autonomia e a inclusão, respeitando as necessidades sensoriais, cognitivas, comunicacionais e comportamentais de cada educando.
O espaço contará ainda com espaços cuidadosamente planejados para o atendimento aos educandos, como salas de psicomotricidade e estimulação cognitiva, equoterapia e hidroterapia, quadra para atividades físicas, ateliê de artes e tecnologia, musicoterapia, além de espaço para a formação de professores e rodas de conversa com as famílias.