Cidades

Prefeitura tenta pela segunda vez promover desocupação no Lavras

Extensa área foi ocupada no último final de semana por cerca de três mil famílias

Pela segunda vez nesta semana, a Prefeitura promoveu a retirada das famílias que ocuparam, desde o último sábado, uma extensa área na região do Lavras. Desta vez, a desocupação ocorreu de forma pacífica, sem confronto com a Guarda Civil Municipal (GCM), que na última terça-feira, ao realizar a intervenção acabou deixando dois feridos. No entanto, as cerca de três mil famílias, de acordo com estimativas dos próprios invasores, garantiram que vão ocupar novamente o terreno.

A desocupação realizada ontem de manhã, por volta das 07h30, foi comandada pela prefeitura, por intermédio da Secretaria Municipal de Assuntos Jurídicos com o auxílio da Defesa Civil do município. No entanto, a população invasora pretende voltar para a área. O metalúrgico, Aglício Souza Maia, 37 anos, garantiu que quando a GCM deixar o local, ocuparão o terreno com o dobro de barracas. "Não vamos desistir, nos organizaremos de novo com o esquema de revezamento para garantir a moradia para as três mil famílias".

De acordo com a Secretaria Municipal de Segurança Pública, um total de cem guardas estavam envolvidos na operação, tanto do efetivo operacional, quanto dos grupamentos especiais, como o Gote (Grupo de Operações Táticas Especiais), Canil e a Guarda Civil Municipal Ambiental. Segundo a pasta, os guardas estavam no local, apenas para garantir a segurança dos funcionários da Defesa Civil e dos Serviços Urbanos.

Em audiência na Câmara Municipal, alguns invasores do Lavras fizeram um pronunciamento enquanto o secretário municipal de Desenvolvimento Urbano, Álvaro Garruzi, discursava sobre o orçamento relativo ao ano de 2012. Uma das ocupantes, identificada como Elisângela, argumentou que estão apenas lutando por uma moradia, porque não têm condições de comprar um apartamento e nenhum outro lugar para morar.

Elisângela ainda afirmou que as crianças das famílias invasoras não precisam de CEU (Centro de Educação Unificado), precisam de moradia. "Também viemos aqui, para garantir que aqueles policiais, que foram lá nessa semana, nos deixem em paz".

Colaborou Rosana Ibanez

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