O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, chegou a Moscou nesta segunda-feira (8) para uma visita de dois dias, a primeira desde que a Rússia enviou tropas para a Ucrânia, em uma ação que complicou a relação entre os parceiros de longa data e aproximou a Rússia da China, que é rival da Índia.
Modi tem jantar previsto com o presidente russo, Vladimir Putin, que será seguido por conversações no Kremlin, na terça-feira (9). A última viagem do premiê indiano à Rússia foi em 2019, quando ele participou de um fórum no porto de Vladivostok e se encontrou com Putin. Os líderes também se avistaram em setembro de 2022 no Usbequistão, durante reunião de cúpula do bloco da Organização de Cooperação de Xangai.
A Rússia tem fortes laços com a Índia desde a Guerra Fria, e a importância de Nova Délhi como parceiro comercial cresceu desde que o Kremlin invadiu a Ucrânia, em fevereiro de 2022. China e Índia tornaram-se grandes compradores do petróleo russo após a série de sanções impostas a Moscou pelos Estados Unidos e aliados. Atualmente, mais de 40% do petróleo importado pela Índia vem da Rússia, segundo analistas.
Sob a liderança de Modi, a Índia tem evitado condenar a ação militar da Rússia na Ucrânia e, ao mesmo tempo, enfatizado a necessidade de uma solução pacífica.
A parceria entre Moscou e Nova Délhi deteriorou-se, no entanto, à medida que a Rússia se aproximou da China.
Na semana passada, Modi não participou da cúpula da Organização de Cooperação de Xangai – grupo de segurança fundado por Moscou e Pequim -, no Casaquistão.
Pesquisador sênior para o sul asiático da Chatham House, com sede no Reino Unido, Chietigj Bajpaee disse que a Índia está cada vez mais afastada dos fóruns nos quais Rússia e China desempenham um papel proeminente.
"Isso é evidente na presidência relativamente discreta da Índia na Organização de Cooperação de Xangai no ano passado, e agora na decisão de Modi de não participar da cúpula deste ano", disse Bajpaee. Fonte: Associated Press.