O primeiro-ministro da Malásia, Najib Razak, fez alterações em seu gabinete nesta terça-feira, demitindo seu vice-primeiro-ministro, Muhyiddin Yassin, que havia questionado publicamente a decisão do governo de fechar jornais e os atrasos na investigação sobre o fundo de investimento estatal 1Malaysia Develpoment Bhd (1MDB).
Razak indicou Ahmad Zahid Hamidi para substituir Yassin, além de demitir mais quatro ministros e um vice-ministro. Um comunicado de seu gabinete afirmou que as mudanças garantem “força e unidade” em meio aos “desafios enfrentados”.
As alterações também fizeram com que quatro membros de um comitê parlamentar bipartidário que analisam as acusações contra a 1MBD fossem promovidos a vice-ministros do gabinete, o que significa que não podem mais investigar o caso. O comitê declarou que todos os procedimentos serão suspensos até que integrantes novos sejam incluídos.
As mudanças executadas por Razak ocorrem após a polêmica sobre a administração da 1MDB. Embora não tenha feito uma crítica direta, o então vice-primeiro-ministro, Yassin levantou questões sobre o fechamento do jornal The Edge, que publicou matéria divulgando o caso contra a 1MDB, pedindo que o primeiro-ministro renunciasse do comando da empresa.
“Os membros do gabinete não devem manifestar publicamente suas diferenças, pois podem afetar a opinião pública sobre o governo e a Malásia”, disse o premiê. A decisão de substituir Yassin foi muito difícil, mas eu devo ter um time sólido e unido que se mova na mesma direção”, comentou Razak.
Quando se trata das questões envolvendo a 1MDB “eu tenho princípios e meu próprio desejo em defender os direitos da população, a boa reputação do meu partido e o interesse nacional”, disse Yassin através de uma publicação no Facebook, logo após sua demissão. “Se minha posição sobre essa questão fez com que eu fosse removido do gabinete, então eu aceito”, escreveu.
No dia 2 de julho, o The Wall Street Journal revelou que investigadores acreditam que cerca de US$ 700 milhões foram depositados na conta pessoal do premiÊ, após um movimento de dinheiro entre agência, bancos e empresas ligadas a 1MDB. A fonte original do dinheiro é desconhecida e a investigação do governo não detalha o que aconteceu com a quantia que foi parar na conta de Razak. Fonte: Dow Jones Newswires.
