O primeiro-ministro da Malásia, Najib Razak, foi inocentado por um órgão investigativo do país nesta terça-feira. Segundo a promotoria, quase US$ 700 milhões transferidos para uma conta bancária do premiê antes de sua reeleição em 2013 foram uma “doação pessoal” da família real da Arábia Saudita, não configurando nenhum crime. Najib está no poder desde abril de 2009.
O procurador-geral malaio, Mohamed Apandi Ali, não nomeou um doador saudita específico nem disse qual seria o propósito da doação de US$ 681 milhões na conta de Najib em março de 2013. Apandi disse que, desse montante, US$ 620 milhões foram devolvidos à família real saudita cinco meses depois.
O caso gerou protestos nas ruas da Malásia, após o episódio se tornar público no último verão local. Agora, a conclusão oficial não deve acabar com as dúvidas da população local sobre os fundos.
Najib já havia negado anteriormente qualquer irregularidade. As autoridades sauditas não estavam imediatamente disponíveis para tratar do caso.
O Wall Street Journal informou em julho que uma investigação anterior da Malásia havia concluído que quase US$ 700 milhões entraram nas contas de Najib via bancos, companhias e entidades ligadas ao 1Malaysia Development Bhd., ou 1MDB, um fundo estatal estabelecido por Najib em 2009 para fomentar o desenvolvimento econômico.
A investigação não nomeou a fonte do dinheiro nem como ele foi usado. Agora, o fundo tem US$ 11 bilhões em dívidas e dificuldades para renegociá-las. O 1MDB foi usado para financiar a vitoriosa campanha à eleição de Najib em 2013, reportou o Journal em dezembro.
O ex-procurador-geral da Malásia, que coordenava as investigações sobre o fundo, deixou o cargo em julho. O governo citou razões de saúde e Najib nomeou Apandi como sucessor.
Após a notícia, o índice que reúne as 30 principais ações da Bolsa da Malásia fechou em alta de 0,09%, mesmo em um dia negativo para os mercados asiáticos. Fonte: Dow Jones Newswires.