O Prêmio Paraná de Literatura anuncia nesta segunda-feira, dia 24, os vencedores de sua terceira edição. Este ano, concorreram 630 obras inéditas de autores de todo o País, inscritas sob pseudônimo. Operação Impensável, de Vanessa Barbara, cronista do jornal O Estado de S.Paulo e do New York Times, ganhou na categoria romance. Sônia Barros, escritora conhecida por suas obras infantojuvenis, venceu em poesia com Fios. E a professora de inglês Adriana Griner ficou em primeiro lugar em contos com No Início. Elas ganharam R$ 40 mil cada uma e terão o livro editado pela Biblioteca Pública do Paraná, que promove o lançamento no dia 12 de dezembro.
Autora de O Livro Amarelo do Terminal (Prêmio Jabuti) e de Noites de Alface, entre outras obras, Vanessa diz que sua intenção foi, desde o início, mandar o original do romance em que estava trabalhando para o prêmio – porque com um objetivo e prazo ela se motivaria a tocar o projeto e por causa da valor dele. “Um prêmio em dinheiro desses é algo muito raro no Brasil. É uma quantia improvável de se obter com a simples publicação de um livro, mesmo que ele obtenha reconhecimento. É um incentivo tremendo para a produção literária.” Um concurso como esse, para originais não publicados, ela diz, é importante para descobrir novos autores que ainda não tiveram uma chance e também para que os já publicados submetam seus trabalhos por outros caminhos.
Vanessa emprestou o título de seu romance do plano de invasão cogitado pelos britânicos durante a Segunda Guerra Mundial – período em que a protagonista, uma historiadora, é especialista. O livro conta a história de amor entre ela e um programador de computadores que esconde segredos.
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A carioca Adriana Griner nunca publicou um livro. No Início, sua estreia premiada, é, em suas palavras, uma leitura feminina do primeiro livro do Antigo Testamento. “Parece algo meio ambicioso, e talvez prepotente, tentar fazer isso. Mas eu apenas pego algumas histórias e reconto, dando voz a personagens que não têm voz. Para mim, o livro é, antes de tudo, sobre o amor. Em termos de linguagem, brinco com o primeiro capítulo do Mimesis, de Auerbach, quando ele compara a linguagem da Bíblia com a da Odisseia”, explica.
Sônia Barros, autora de 17 volumes infantojuvenis – muitos deles em verso ou prosa poética – e de um de poesia (Mezzo Voo), para adultos, aceitou a sugestão do poeta Donizete Galvão, morto este ano, e inscreveu Fios no prêmio antes de procurar uma editora. Foi ele também que a ajudou a ver a ligação entre os poemas. “O título acabou se impondo depois que percebi os muitos poemas retratando fios aparentemente distintos, mas, de certa forma, entrelaçados: do ofício, da infância, da velhice, da maternidade, do amor, da memória, da solidão, da morte, da própria poesia, da arte. Enfim, os caminhos internos e externos da existência humana.”