É sempre a parte mais glamourosa do Oscar – os prêmios de interpretação. Este ano, está havendo uma grita generalizada na América. Os afro-americanos sentem-se discriminados. As mulheres, também. Entre 20 indicados para os prêmios de interpretação – melhor ator e atriz, melhores coadjuvantes -, não há um só negro. É a terceira vez, desde 1988, que isso ocorre. Entre os roteiristas e diretores finalistas, não há uma mulher. A hashtag #OscarsSoWhite tem deitado e rolado.
Em Cannes, no ano passado, o repórter já antecipava que Steve Carell iria para o Oscar por seu papel em Foxcatcher – Uma História Que Chocou o Mundo, de Bennett Miller. Não deu outra. Mas ele não leva – os indicadores e as bolsas estão referendando Eddie Redmayne, por sua admirável criação como Stephen Hawking em A Teoria de Tudo, de James Marsh. Ele merece e tudo indica que leva – confira nos cinemas -, mas sempre se poderá dizer que houve injustiça, porque Benedict Cumberbatch consegue ser tão bom e talvez até melhor como o matemático Alan Turing em O Jogo da Imitação, de Morten Tyldum.
Também em Cannes, 2013, o repórter disse a Marion Cotillard que ela tinha uma interpretação de Oscar em Dois Dias, Uma Noite, dos irmãos Dardenne, que estreou nessa quinta, 5. Ela não foi a melhor atriz do festival, mas está entre as finalistas para o prêmio da Academia, que já ganhou por sua Piaf.
Julianne Moore é favorita por Still Alice, Para Sempre Alice, com estreia prevista no Brasil em 12/3, como uma mulher que sofre de Alzheimer. O Globo de Ouro, o Sindicato dos Atores, todos se curvaram perante Julianne. Ela já foi indicada outras vezes, e não levou. Agora, tudo indica que leva – a menos que seja atropelada por Marion. A francesa, afinal, é queridinha da Academia, e se Julianne ganhou nos outros foros é porque ela não concorria.
Tem gente que se pergunta o que Laura Dern faz entre as candidatas a melhor coadjuvante, por Livre? Quem assim pensa se engana, porque ela é ótima como a mãe de Reese Whiterspoon no filme de Jean-Marc Vallée. Meryl Streep, a bruxa cantora de Caminhos da Floresta, de Rob Marshall, está lá pro forma, para fazer valer seu imenso prestígio, mas tudo indica que Patricia Arquette vai bisar seu Globo de Ouro de coadjuvante por Boyhood – Da Infância à Juventude, de Richard Linklater. Melhor ator coadjuvante? Sorry, mas não tem para ninguém. J.K. Simmons é a grande aposta, por Whiplash – Em Busca da Perfeição, de Damien Chazelle.
Já que se trata de um prêmio da indústria, mas também porque se trata de uma fotografia admirável, a de Invencível, de Angelina Jolie, deveria ganhar.
O ano passado registrou uma queda de 5,2% no box-office dos Estados Unidos, mas dezembro, paradoxalmente, registrou uma melhora em relação a 2013. Mais gente, cerca de 7%, foi aos cinemas no fim do ano. Principalmente, para ver o filme de Angelina e O Hobbit 3, de Peter Jackson, que são (muito) bons. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.