Estadão

Preço da cesta básica sobe em todas as capitais em março, mostra Dieese

O preço da cesta básica aumentou em todas as capitais brasileiras em março, de acordo com a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, conduzida mensalmente pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). A instituição registrou as maiores altas no Rio de Janeiro (7,65%), Curitiba (7,46%) e São Paulo (6,36%).

Entre as 17 capitais acompanhadas pelo Dieese, a cesta básica mais cara foi observada em São Paulo, aos R$ 761,19. Este valor representa 67,90% do salário mínimo, de R$ 1.212,0, e indica que são necessárias 138 horas e 10 minutos de trabalho para que um trabalhador que receba o mínimo legal possa comprar o conjunto de itens.

Com base nos números de São Paulo, a instituição calcula que o salário mínimo necessário para sustentar uma família de quatro pessoas seria de R$ 6.394,76, valor 5,28 vezes superior ao mínimo corrente. No mesmo mês de 2021, o salário mínimo necessário calculado pelo Dieese era de 5.315,74, 4,83 vezes o mínimo vigente à época (R$ 1.100).

Além de São Paulo, Rio e Curitiba, registram aumento nos preços da cesta básica em março Florianópolis (5,36%), Porto Alegre e Campo Grande (ambos em 5,51%), Brasília (5,02%), Belo Horizonte (4,28%), Fortaleza (4,17%), Goiânia (3,49%), João Pessoa (3,37%), Vitória (3,28%), Natal (3,25%), Recife (2,25%), Belém (1,29%), Aracaju (1,58%) e Salvador (1,46%).

<b>Itens</b>

A pesquisa do Dieese apurou aumento do feijão, óleo de soja e do pão francês em todas as capitais pesquisadas em março.

A variação de preços do óleo de soja oscilou entre 2,81%, em Belém, e 15,89%, em Salvador. Enquanto isso, a alta do pão francês atingiu 6,63% em Aracaju e 6,36% em Goiânia, segundo a instituição.

"O preço do quilo do pão francês aumentou em todas as cidades, em consequência da redução da oferta de trigo no mercado externo, uma vez que Rússia e Ucrânia estão entre os maiores produtores mundiais do grão", diz o texto do Dieese.

Sobre o óleo de soja, a instituição destaca que os aumentos do petróleo pressionam o item, por tornarem vantajosa a produção de biocombustíveis.

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