O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que os preços das commodities seguem em alta e que a autoridade monetária monitora o efeito do conflito entre Israel e o grupo Hamas na inflação. "Temos a situação na Ucrânia, de Israel, e como os preços serão impactados?", questionou ele durante o evento <i>Reuters</i> Next, realizado em Nova York.
Conforme Campos Neto, o BC monitora como as commodities estão sendo afetadas e como isso pode se refletir na sua visão.
Ele afirmou ainda que os preços dos alimentos estão se reduzindo no Brasil, que é um grande produtor agrícola.
Na sua visão, é difícil traçar um paralelo entre as crises atuais, mencionando os conflitos existentes, e a da covid-19.
"Por ser uma potência agrícola, o Brasil é uma história de segurança", acrescentou Campos Neto.
<b>Mercado de carbono</b>
O presidente do Banco Central afirmou ainda que o Brasil será um dos maiores vendedores no mercado de carbono, enquanto outros países serão compradores. Segundo ele, o País tem se debruçado neste segmento, com a criação de uma taxonomia, ou seja, um padrão ecológico para os ativos, e ainda em instrumentos para que os recursos possam ser melhor alocados.
"O que temos de fazer é ter uma taxonomia, porque é muito difícil você ter um mercado de carbono se você não tem um conjunto de regras", avaliou Campos Neto.
Ele disse que é necessário estimular as empresas a encontrar caminhos para construir o mercado de carbono no País. "No fim do dia, o Brasil será um grande vendedor do mercado de carbono e muitos outros países serão compradores", projetou o banqueiro central.
<b>Monetizar florestas nativas</b>
Para Campos Neto, também é necessário estar aberto a monetizar florestas nativas, considerando os vários métodos existentes atualmente.
"Se conseguirmos preservar e monetizar, teremos um ótimo futuro em termos de mercado de carbono no Brasil", finalizou ele, que cumpre uma agenda nos Estados Unidos, o que inclui participações em diferentes eventos e conversas com investidores estrangeiros.