Os preços dos grãos subiram depois que a Rússia atacou um terminal ucraniano no Rio Danúbio, incluindo danos às instalações de armazenamento, segundo autoridades do comando operacional sul da Ucrânia. A ação indica os esforços russos para prejudicar as fontes de receita do país vizinho. Na semana passada, Moscou atingiu a cidade de Odessa com mísseis, visando a infraestrutura portuária.
Agora, os ataques russos atingiram o terminal de Reni, segundo autoridades ucranianas, agricultores de grãos e analistas de commodities. O local fica próximo da fronteira com a Romênia, que é integrante da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Analistas disseram que o incidente representa um risco de escalada substancial. Não ficou claro quais portos ucranianos do Danúbio foram alvo dos ataques russos.
Nos últimos meses, a Ucrânia aumentou a capacidade dos portos do Danúbio, para que servissem como uma rota alternativa para suas iminentes colheitas de grãos, tendo capacidade de transporte de mais de 2 milhões de toneladas. Na semana passada, a Rússia abandonou um acordo internacional para permitir que grãos ucranianos passassem pelo Mar Negro, ameaçando navios que viajam para os portos ucranianos. O Ministério da Defesa da Ucrânia emitiu uma ameaça de retaliação, afirmando que consideraria mirar em embarcações a caminho dos portos russos.
Neste cenário, os traders de grãos ucranianos começaram a aumentar a capacidade no rio Danúbio após a ação militar russa ter fechado os portos do Mar Negro, que normalmente embarcavam 95% das exportações de grãos ucranianos. Embora ainda comparativamente pequeno, o Danúbio se tornou uma saída importante para a Ucrânia. Embarcações transportavam grãos até o porto romeno de Constança, onde eram carregados em navios maiores para exportação.
Para a Ucrânia, o novo ataque indica que o país provavelmente terá que exportar seus grãos por via terrestre. As exportações por terra são mais lentas e mais caras, o que afetará as margens dos agricultores e exportadores, bem como a receita vital da Ucrânia. Fonte: Dow Jones Newswires.