Os preços dos medicamentos vendidos aos hospitais no Brasil registraram aumento de 1,72% em novembro deste ano comparativamente a outubro, de acordo com o Índice de Preços de Medicamentos para Hospitais (IPM-H), indicador desenvolvido pela Fipe em parceria com a Bionexo – healthtech líder em soluções digitais para gestão em saúde. A alta dos preços dos medicamentos superou a variação da inflação medida pelo IPCA no mesmo mês, de 0,41%, bem como o comportamento mensal do IGP-M, que caiu 0,56% no mesmo período. Além disso, a variação registrada superou o aumento da taxa média de câmbio nesse período, de alta de 0,46%.
Conforme apurado pela Fipe, a partir dos dados Bionexo, o resultado de novembro interrompe a série de quatro recuos mensais, típicos do segundo semestre. O indicador havia caído 0,61% em outubro; 2,48% em setembro; diminuído 2,05% em agosto e recuado 0,74% em julho.
Ainda, segundo a Fipe e a Bionexo, a alta dos preços dos medicamentos em novembro é a maior para o mês desde o início da série histórica do índice, em 2015, destoando do comportamento médio esperado dos preços de medicamentos nesse período.
"O IPM-H de novembro apontou elevação considerável dos preços de medicamentos para hospitais. Os medicamentos anti-infecciosos para uso sistêmico, onde estão os antibacterianos e anti-víricos, por exemplo, foi o grupo que apresentou a maior elevação, de 12,94%. Entre os motivos desse comportamento, pode-se citar o aumento dos casos e internações relacionados à circulação de novas variantes e subvariantes do coronavírus e as limitações na oferta e abastecimento do mercado interno para certos medicamentos, incluindo antimicrobianos, mucolíticos, anti-histamínicos e alguns analgésicos", afirma Bruno Oliva, economista da Fipe.
Em perspectiva, os resultados mais recentes foram impulsionados pelo avanço mensal dos preços de alguns dos principais os grupos terapêuticos que compõem sua cesta: anti-infecciosos gerais para uso sistêmico, com alta de 12,94%; imunoterápicos, vacinas e antialérgicos, 3,33%; sistema musculoesquelético, 2,98%; órgãos sensitivos, 1,55%; aparelho respiratório, 1,02%; preparados hormonais, 0,86%; e agentes antineoplásicos, 0,48%.
Em contraste, houve recuo nos preços dos grupos a seguir: aparelho geniturinário (4,70%); sistema nervoso (3,04%); aparelho cardiovascular (2,23%); sangue e órgãos hematopoiéticos (1,40%); aparelho digestivo e metabolismo (1,36%).
No acumulado de 2022, considerando os resultados até novembro, o IPM-H revela que os preços dos medicamentos passaram a acumular uma alta de 1,83% até novembro, resultado inferior à inflação ao consumidor acumulada pelo IPCA/IBGE, 5,13%, bem como ao comportamento dos preços da economia apurado pelo IGP-M/FGV no mesmo período, com alta de 4,98%. Adotando-se a janela temporal dos últimos 12 meses como referência da análise, IPM-H exibe uma alta acumulada de 2,02%, divergindo também neste caso do comportamento observado nos demais índices de preço da economia: IPCA, 5,90% e IGP-M , 5,90%.
Na janela de 12 meses, é possível destacar a valorização de medicamentos atuantes sobre: aparelho geniturinário, 31,31%; sangue e órgãos hematopoiéticos, 20,81%; aparelho respiratório, 20,27%; preparados hormonais, 8,10%; agentes antineoplásicos, 5,16%; além de órgãos sensitivos, 2,02%. Já os medicamentos cujos preços, em média, apresentaram queda incluíam-se nos grupos: aparelho digestivo e metabolismo (19,71%); anti-infecciosos gerais para uso sistêmico (8,22%); aparelho cardiovascular (6,62%); sistema nervoso (3,62%), imunoterápicos, vacinas e antialérgico (1,41%); e sistema musculoesquelético (0,01%).