O presidente da China, Xi Jinping, disse nesta segunda-feira na Organização das Nações Unidas (ONU) que seu país nunca buscará hegemonia, expansão ou esferas de influência. “O futuro do mundo deve ser moldado por todos os países. Todos os países são iguais”, declarou o presidente da segunda maior economia do mundo. Xi também defendeu a não interferência em assuntos internos de outras nações, uma resposta indireta à defesa de democracia e direitos humanos feita mais cedo no mesmo plenário pelo presidente dos EUA, Barack Obama.
Xi usou seu pronunciamento para se apresentar como o representante do mundo em desenvolvimento e fazer gestos em direção aos países da África, onde a China tem investimentos e interesses econômicos crescentes. “O voto da China nas Nações Unidas pertencerá sempre aos países em desenvolvimento”, disse Xi.
O líder chinês defendeu a ampliação do poder das nações em desenvolvimento na ONU e nos demais organismos multilaterais, fazendo referência expressa aos representantes da África. E convidou todos a embarcarem “no trem rápido de desenvolvimento da China”. A sugestão chega no momento em que a segunda maior economia do mundo tropeça e registra o menor ritmo de crescimento em décadas.
Como Obama, Xi também fez a defesa do sistema internacional organizado em torno da ONU. “Devemos ser comprometidos com o multilateralismo e não com o unilateralismo”, afirmou. “Devemos resolver disputas com diálogos e consultas.”
A defesa contradiz postura da própria China em conflitos territoriais no Mar do Sul da China, nos quais Pequim rejeita pretensões de outros países sobre territórios em disputa.
Depois de Obama defender o capitalismo, Xi fez referência à crise financeira de 2008 e afirmou que a economia deve funcionar com a “mão invisível” do mercado e a “mão visível” do Estado, dentro de limites estabelecidos pelo governo.