O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, fugiu nesta quarta-feira, 5, de perguntas sobre a situação financeira da Odebrecht. Ao ser perguntado sobre o assunto, ele foi retirado da sala pela assessoria de imprensa do banco, alegando falta de tempo da agenda.
A assessoria do banco argumentou que o presidente não poderia responder sobre a Odebrecht porque os empréstimos da companhia com o banco são protegidos por sigilo bancário.
Com risco de entrar em recuperação judicial, a Odebrecht S.A. está negociando com bancos R$ 20 bilhões que o grupo deu em garantia para cobrir empréstimos tomados pelas companhias do conglomerado. A pressão aumentou com a ameaça da Caixa de exigir o pagamento antecipado de suas dívidas e o fim das negociações para a venda de sua controlada Braskem para a holandesa LyondellBasell.
Além da Caixa, Banco do Brasil e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) são os que têm maior exposição ao grupo. Na outra ponta, estão empresas como Atvos, Ocyan, OEC e Braskem, que de alguma forma têm passivos relacionados com a Odebrecht S.A. As conversas são individuais e uma das principais deve acontecer segunda-feira, quando os bancos sentarão com a Atvos, em recuperação judicial.
Mais cedo, o presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, não se furtou a responder sobre o tema e disse que uma possível recuperação judicial da Odebrecht preocupa as instituições financeiras, mas avaliou que os bancos estão preparados. De acordo com Novaes, a exposição do Banco do Brasil com a Odebrecht é de cerca de R$ 9 bilhões.
“Há preocupação sim, lógico, os bancos têm um crédito grande junto à empreiteira. Mas felizmente bancos estão provisionados e preparados para qualquer situação”, afirmou Novaes, após reunião com o ministro da Economia, Paulo Guedes.