Estadão

Presidente da Ucrânia critica EUA por não o incluir em negociações com Rússia

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, criticou a postura dos Estados Unidos e de outras lideranças ocidentais sobre o conflito do país europeu com a Rússia. Em coletiva de imprensa realizada nesta sexta-feira, o mandatário disse que a Casa Branca está superestimando a gravidade da tensão na fronteira ucraniana e monopolizando as discussões com Moscou.

Além de pedir ao presidente dos EUA, Joe Biden, para incluí-lo nas negociações do país com os russos, Zelensky disse que conhece melhor os detalhes do conflito que a sua contraparte americana. "Eu sou o presidente da Ucrânia. Estou sediado aqui e acho que conheço os detalhes mais profundamente do que qualquer presidente", alegou.

De acordo com ele, eventuais acordos entre líderes ocidentais e a Rússia que não incluam a Ucrânia terão caráter "ilegítimo e temporário".

Zelensky também criticou a decisão de alguns países ocidentais, incluindo os EUA, de retirarem embaixadores e suas famílias do território ucraniano, em medida preventiva em caso de conflito armado. Antes, durante a mesma coletiva, Zelensky rechaçou a possibilidade de invasão iminente da Rússia.

Outro ponto abordado pelo presidente ucraniano foram as sanções econômicas que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) promete aplicar sobre a Rússia em caso de invasão.

Segundo ele, elas foram desenhadas para proteger países da União Europeia (UE), e não a Ucrânia, e disse ser injusto com a nação do Leste Europeu aplicá-las somente após uma eventual invasão.

Por fim, Zelensky reclamou da postura russa em meio ao conflito, chamando-a de cínica e afirmando que Moscou propõe medidas que não solucionam as tensões entre os dois países.

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