O presidente de Portugal, Aníbal Cavaco Silva, pediu nesta terça-feira que o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho consulte outros partidos com o objetivo de formar um governo após a eleição de domingo dar à coalizão atualmente no poder o maior número de votos, mas não a maioria no parlamento.
“Portugal precisa neste momento de sua história de um sólido e estável governo”, afirmou Cavaco Silva, em um pronunciamento na TV. “O país enfrenta um novo ciclo político em que a cultura do diálogo e da negociação deve estar sempre presente.”
A coalizão de centro-direita que une o Partido Social Democrata (PSD), de Passos Coelho, e o pequeno Partido Popular conquistou 104 dos 230 assentos do parlamento. O Partido Socialista (PS), de oposição, garantiu 85 cadeiras. Duas agremiações contrárias às medidas de austeridade em curso, o Bloco de Esquerda e a coalizão dos Comunistas e dos Verdes, terão 36 parlamentares.
Cavaco Silva pediu que o novo governo seja comprometido com as regras europeias, uma sugestão de que Passos Coelho deve concentrar seus esforços para garantir o apoio do PS, que aceita os padrões de contenção orçamentária da zona do euro. Os grupos antiausteridade, por sua vez, pedem a reestruturação da dívida de Portugal e a eventual saída do país da região da moeda comum.
Depois de perder a contagem dos votos, o líder socialista António Costa sinalizou que não vai contestar a reeleição de Passos Coelho, mas que também não vai aprovar no parlamento medidas de austeridade que seu partido se opõe.
Durante a campanha, Costa declarou que somente se juntaria a Passos Coelho em um governo de coalizão em “situações extremas”, como “a ameaça de invasão por marcianos”. Fonte: Dow Jones Newswires.