A Justiça da Espanha aceita a denúncia contra o presidente do Barcelona, Josep Maria Bartomeu, e o indicia por crimes financeiros no caso da compra de Neymar. Grupos de sócios já pedem sua renúncia, o que seria o segundo caso da queda de um dirigente do Barcelona por conta dos contratos secretos de Neymar. No ano passado, foi Sandro Rosell quem teve de abandonar o clube depois das denúncias.
Na segunda-feira, o Ministério Público da Espanha denunciou Bartomeu por uma fraude milionária na contratação de Neymar. Nesta terça, o juiz Pablo Ruz aceitou a denúncia e indiciou o cartola por uma fraude ao Fisco de mais de 2,8 milhões de euros. O dinheiro seria a parcela de impostos que o Barcelona deveria ter pago na contratação do brasileiro. Mas como os contratos eram secretos e os valores jamais foram divulgados, a sonegação fiscal teria sido milionária ainda em 2014.
O cartola terá de prestar depoimento no dia 13 de fevereiro e o processo oficialmente é lançado. A Agência Tributária da Espanha também denunciou o ex-presidente do Barcelona, Sandro Rosell, por três crimes fiscais.
As investigações apontaram que o clube catalão deixou de pagar à Fazenda cerca de 2,6 milhões de euros por conta de um contrato de 40 milhões de euros com o jogador. Esse contrato foi assinado em 3 de junho de 2013, mas jamais foi apresentado aos sócios ou aos fiscais de renda.
No dia 31 de julho de 2013, mais um contrato secreto, indicando o pagamento de mais 5 milhões de euros a Neymar. Para o MP, cabia ao Barça registrar esses contratos e pagar seus devidos impostos no exercício fiscal de 2014, o que não ocorreu.
O clube ainda sonegou 234 mil euros em contratos de imagem do brasileiro e outros 11,7 mil euros por um contrato com o pai de Neymar, avaliado em 22,5 mil euros. Rosell e Bartomeu ainda são acusados de fraude e sonegação em 2011 e 2013.
RESPOSTA – Antes do indiciamento, o Barça emitiu um comunicado em que dizia que estava “indignado” com a denúncia. A investigação ainda revelou um novo dado: o custo total de Neymar ao time foi de 95 milhões de euros, quase R$ 290 milhões. O Barcelona jamais aceitou esse valor. Primeiro, indicou que pagou cerca de 57 milhões de euros. Há uma semana, o clube admitiu que o contrato era de 86,2 milhões de euros (R$ 263 milhões). Agora, a Justiça aponta que o valor é ainda superior.