O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, repetiu nesta quinta-feira, 17, que nunca cogitou entrar para a política partidária. "Meu avô tinha horror de que a gente um dia entrasse para a política. Ele passava um bom tempo dizendo que era muita frustração, um trabalho duro. Ele falava para a gente tentar fazer coisas mais técnicas, ligadas ao mundo privado", afirmou, em entrevista ao portal <i>Poder 360</i>.
E completou: "Quando acabar meu período no BC, provavelmente vou ingressar no mundo privado, em algum tipo de projeto."
Campos Neto tem mandato na presidência do BC até o fim de 2024. Ele lembrou que sugeriu que a lei de autonomia da instituição proibisse a recondução do presidente. "O mandato de quatro anos no BC é bastante, dá para fazer bastante coisa", acrescentou.
<b>Diferenças entre gestão nos governos Bolsonaro e Lula</b>
Questionado sobre as diferenças entre presidir o BC nos governos Bolsonaro e Lula, ele reiterou a necessidade de mostrar que o trabalho da autarquia é técnico. "Estou há pouco tempo no governo Lula, acho que as coisas vão se acomodando. Não podemos descuidar da inflação, senão ela volta e vem indexação", respondeu.
E concluiu: "Passamos por um teste de transição de governos agora. Críticas fazem parte do processo. Eu estava preparado e tive críticas também no outro governo. As pessoas esquecem disso muito rápido."