O presidente do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), Andrew Bailey, disse nesta quarta-feira, 28, que a instituição fará "o que for necessário" para que a inflação retorne à meta. Durante fórum do Banco Central Europeu (BCE) em Sintra, Portugal, ao lado de outros presidentes de bancos centrais, ele comentou a decisão recente do BoE de elevar os juros em 50 pontos-base, acima do esperado por parte do mercado.
Bailey disse que entende o motivo das críticas ao trabalho do banco central, mas ressaltou a importância de se controlar a inflação no Reino Unido, no quadro atual.
O presidente do Banco da Inglaterra afirmou ainda que o núcleo da inflação no Reino Unido "está muito persistente".
Bailey comentou também que o BoE previa recessão anteriormente, mas a economia do Reino Unido "tem demonstrado resiliência". Agora, o BC local não prevê mais uma recessão econômica, acrescentou.
Em outro momento do evento, Bailey foi questionado sobre eventualmente haver uma mudança nas metas de inflação, em quadro de preços mais altos em nível global.
Ele, porém, afirmou que a meta de 2% seria "a definição de estabilidade de preços" e que isso não mudou. Para Bailey, portanto, seria um erro mudar a meta de inflação.
<b>Alimentos</b>
Bailey destacou ainda que continua a haver uma previsão de queda nos preços de alimentos adiante. Segundo ele, porém, esse processo leva "mais tempo que o antes esperado", diante dos efeitos da guerra da Rússia na Ucrânia.
Segundo ele, o mercado ainda "não acredita" que o BoE esteja perto de encerrar seu ciclo de aperto monetário.
<b>Balanço de ativos</b>
O presidente do Banco da Inglaterra disse ainda que o processo de redução no balanço de ativos pela instituição "acontece de maneira tranquila". Durante o mesmo fórum, o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, também sinalizou que não pretende mudar o ritmo desse processo de redução no balanço.