O banco suíço BSI, comprado no ano passado por André Esteves, vive uma fuga de clientes desde a prisão do brasileiro que comandava o BTG Pactual. Mas o presidente da instituição, Stefano Coduri, garante que, por enquanto, a situação da instituição financeira é sólida. “O montante (de fuga de clientes) é absolutamente suportável”, disse. “Os clientes sabem que o BSI trabalha de uma forma independente em relação ao BTG”, garantiu em entrevista ao jornal suíço Finanz und Wirtschaft.
Coduri, porém, admite que a situação do banco precisa ser resolvida, principalmente diante das especulações sobre a venda do BSI pelo Pactual. “A duração de tal processo é difícil de prever”, indicou o executivo, garantindo que a situação está “sob controle.” “Mas o tempo joga contra nós. Nossos clientes têm confiança no banco, mas ela não é infinita.”
Esteves comprou o BSI em meados de 2014. Mas só em setembro o negócio de US$ 1,5 bilhão foi autorizado pela agência reguladora do mercado financeiro suíço.
Agora, há indicações de que clientes latino-americanos -que respondem por cerca de 15% dos ativos do banco – estariam retirando seus recursos. Em alguns casos, os recursos foram investidos em imóveis. Mas parte foi de fato interrompida. Corduri, porém, garante que não existe risco de que o BSI sofra com suas operações. “Nosso lucro bruto atingiu um nível recorde, jamais obtido desde a crise”, afirmou.
Colocado à venda em 2012, o BSI precisou de dois anos para encontrar um comprador. Quando o BTG apareceu, o sentimento no mercado financeiro suíço foi de alívio. Agora, segundo o jornal suíço Le Temps, seria o Credit Suisse quem estaria interessado em adquirir o banco. Mas oferece apenas US$ 1 bilhão pela instituição financeira. O BTG não comentou o assunto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.