O presidente em exercício do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, classificou como "uma mentira que descamba para a má-fé" o relatório do PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, divulgado no início da semana e que sugere que o TCU encontrou vulnerabilidades nos sistemas de votação por urnas eletrônicas. Segundo Dantas, o responsável pelo estudo do PL usou respostas de formulários de autoavaliação usados em centenas de órgãos públicos, que não se referem ao sistema de votação.
"Pegar esse relatório de autoavaliação pra dizer que o TCU afirmou que o TSE não está aderente às normas internacionais, além de ser uma mentira, descamba para má-fé", declarou o ministro. Ele esteve na sede da Associação Comercial do Rio de Janeiro para receber a Medalha Bicentenário do Visconde de Mauá.
Com o título "Resultados da Auditoria de Conformidade do PL no TSE", o documento do partido de Bolsonaro afirma que uma auditoria da corte de contas apontou para "um quadro de atraso" no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que gera "vulnerabilidades relevantes".
Bruno Dantas, contudo, refutou a afirmação. "A nota retrata a opinião de alguém que foi contratado para conduzir um estudo. Essa pessoa precisa responder quais critérios que foram utilizados. O que eu posso dizer é que, naquilo que foi buscado informação nos relatórios do TCU, houve uma tentativa de confundir o público. Pegou-se um relatório de autoavaliação que o Tribunal de Contas da União abria a centenas de instituições públicas para aferir não a confiabilidade da urna eletrônica, porque é o mesmo questionário distribuído desde o Incra até o Ibama, passando pelo TSE", afirmou Bruno Dantas.
"É um questionário de autoavaliação de como os funcionários dos órgãos percebem o estágio de governança, e aí tem um quesito sobre sistemas eletrônicos. Mas aquilo não é da urna eletrônica, pode ser do sistema de almoxarifado, de recursos humanos, de entrada e saída da sede do TSE", reiterou o ministro.