O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta quinta-feira, 25, que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, tem o direito de discutir os juros e que há, em qualquer lugar do mundo, pressão para queda dos juros. Campos Neto, porém, reiterou que o BC tem uma missão, que é colocar a inflação na meta.
Ele reafirmou, em entrevista à <i>GloboNews</i>, o caráter técnico da atuação do órgão e disse que a autarquia trabalha para cumprir seu objetivo de combate à inflação causando o mínimo de dor possível ao crescimento econômico. "Se fizer primeiro e rápido, se faz isso com eficiência", disse. "Nossa inflação está caindo e, em pares, inclusive países vizinhos, está estabilizada em níveis mais altos", emendou.
Campos Neto afirmou que a ansiedade gerada pelo efeito do juro alto sobre a desaceleração do crédito é parte natural do processo. "Meu trabalho é explicar, nossa missão é colocar a inflação na meta."
O presidente do BC disse existir um entendimento da sociedade de que uma inflação na meta é o elemento que hoje gera maior estabilidade de investimento e geração de emprego a longo prazo. E acrescentou que a inflação alta é um imposto perverso para a classe baixa.
Campos Neto pontuou que a meta de inflação é determinada pelo governo e disse que se ela for de 3%, então o que será perseguido será uma inflação de 3%, tentando gerar o mínimo de impacto na economia.
O presidente do BC lembrou que o processo de elevação do juro foi realizado em ano eleitoral e que isso foi feito para cruzar os mandatos com uma situação mais estável. Para Campos Neto, essa atitude demonstraria que a equipe é muito técnica e atua de modo técnico independentemente das eleições.