Estadão

Presidente prometeu a privatização e outros poderes impedem, diz Guedes

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta sexta-feira, 17, que será "inadmissível" se o governo não conseguir privatizar a Eletrobras e os Correios em 2022. Ele repetiu a avaliação de que os Correios podem se tornar a maior empresa de logística da América Latina.

"Esperamos que em quatro anos consigamos vender duas estatais. Não é possível que um governo que se elegeu prometendo isso não possa vender duas empresas que estão descapitalizadas e não conseguem manter suas fatias de mercado. O presidente (Bolsonaro) prometeu a privatização e outros Poderes impedem", reclamou Guedes, em coletiva de fim de ano.

<b>Mercosul e TEC</b>

O ministro da Economia destacou o acordo neste ano para a primeira redução na tarifa externa comum (TEC) do Mercosul desde a criação do bloco. "Estamos fazendo uma abertura segura. Reduzimos a TEC só em 10% porque ainda temos um custo Brasil alto, já que não conseguimos aprovar reformas como a tributária", acrescentou.

Guedes ainda culpou a pandemia pelo fato de suas promessas de um "choque de energia barata" ainda não ter ocorrido. "Formulamos as propostas e veio a covid. A energia cairia 40% em dois anos justamente após a entrada em vigor desses novos marcos. Como pode culpar o governo por não ter tido choque de energia barata, se o projeto foi aprovado agora?", questionou.

<b>Democracia</b>

O ministro da Economia repetiu a avaliação de que 2021 foi difícil, mas disse estar encerrando o ano com muita esperança. "Gostaria de agradecer à equipe pelo esforço neste ano. E agradecer também aos outros Poderes. Às vezes algum ator se excede, o que é normal. Mas o Brasil está em um processo de aprendizado e de aperfeiçoamento das suas instituições. Seria melhor se democracia fosse menos barulhenta, mas é compreensível", afirmou, na coletiva de fim de ano.

<b>Pressões para gastos</b>

Guedes disse que a projeção do governo é de um déficit primário de 0,40% do Produto Interno Bruto (PIB), mas reconheceu que existem diversas pressões políticas por mais aumento de gastos. "Com as informações que temos hoje, déficit previsto para ano que vem é 0,40% do PIB. Mas vocês sabem que não vai ficar aí, a política está empurrando a cerca o tempo todo. Vamos tentar segurar essa cerca", afirmou, na coletiva de fim de ano. O ministério só permitiu cinco perguntas dos jornalistas.

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