Os eleitores não foram convocados neste ano a escolher prefeitos, mas eles têm sido cada vez mais atraídos a entrar de cabeça na campanha. Tanto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como o atual, Jair Bolsonaro (PL), ampliaram o assédio sobre as máquinas municipais tendo em vista que em 14 Estados e no Distrito Federal a disputa para governador já terminou. E, ao menos no papel, o atual chefe do Executivo leva vantagem: seu partido, o PL conquistou 345 prefeituras em 2020, quase o dobro das 183 alcançadas pelo PT.
Com Bolsonaro na Presidência, outras legendas que orbitam na base federal ampliaram sua influência. O PP, por exemplo, conquistou 685 cidades em 2020 – alta de 40% em relação às eleições de 2016. O Republicanos, partido do candidato ao governo paulista Tarcísio de Freitas, saiu-se vitorioso em 211 municípios e o PTB, do ex-deputado Roberto Jefferson, venceu em 212.
Já do lado adversário, o PT enfrenta mais dificuldades para levar seu discurso à ponta. Além de não comandar nenhuma capital, o partido perdeu capilaridade nos últimos anos – em 2016, apesar do impeachment da presidente Dilma Rousseff, o resultado foi melhor: 256 prefeitos eleitos.
Diante do cenário, o papel de atrair lideranças municipais tem sido repassado ao candidato a vice na chapa, Geraldo Alckmin (PSB), que foi vereador e prefeito de sua cidade, Pindamonhangaba, no interior paulista. "Além do presidente Lula, vocês terão na vice um parceiro cuja maior paixão na vida é prefeitar : entender os desafios locais e construir soluções para eles", afirma Alckmin em um vídeo postados nas redes sociais nesta terça, 25.
<b>Máquina</b>
Do lado bolsonarista, o foco é utilizar o apoio dos governadores dos três maiores colégios eleitorais do Brasil – São Paulo, Rio e Minas. Com essa intermediação, o presidente se reuniu ao longo da última semana com mais de mil gestores municipais. Só no dia 20, Bolsonaro esteve com mais de 530 prefeitos de São Paulo ao lado do atual governador, Rodrigo Garcia (PSDB).
A cientista política Tathiana Chicarino destacou que o uso da máquina não necessariamente se desdobra em uma mobilização efetiva do eleitorado. "O caso de Garcia em São Paulo é exemplo disso e em Minas há um padrão histórico que mostra existir entre os eleitores uma dissociação entre o voto para presidente e o voto para governador", disse ela, em referência ao voto Luzema , dado a Lula e ao governador reeleito Romeu Zema (Novo).
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>