O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, pediu hoje aos Estados Unidos que reconsiderem a decisão de enviar armas para a milícia curda, conhecida como Unidade de Proteção Popular (YPG, na sigla em árabe), na Síria. De acordo com o mandatário, a luta contra o Estado Islâmico não pode ser conduzida por outros grupos terroristas.
Erdogan espera que o governo americano revogue a decisão antes mesmo de sua visita à Casa Branca, marcada para o próximo dia 16. O grupo de militantes curdos é visto pela Turquia como extensão de uma organização terrorista que atua em Ancara, capital turca.
O ministro de Defesa da Turquia, Fikri Isik, afirmou que a decisão da Casa Branca desconsidera a forte objeção seu governo e pode causar uma “crise” entre os países. Segundo o ministro, a Turquia precisa defender seus interesses nacionais e não apoiará qualquer operação envolvendo o grupo de rebeldes curdos.
Além de Erdogan e Isik, quem também se pronunciou contra a decisão americana foi o primeiro-ministro turco, Binali Yildirim, que afirmou que um resultado negativo da operação afeta, não só a Turquia, mas até mesmo os EUA. De acordo com o ministro, “grupos terroristas” não podem ser aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
As manifestações das autoridades turcas aconteceram após o governo de Donald Trump anunciar, nesta terça-feira, o envio de armas para o YPG, militantes curdos na Síria, para ajuda-los no combate ao Estado Islâmico. Para os americanos, a medida é necessária para retomada de Raqqa, autoproclamada como capital do Estado Islâmico no país.
O YPG comemorou a decisão e afirmou que a ajuda possibilita ao grupo intensificar o combate ao Estado Islâmico. De acordo com representantes dos militantes curdos, além de histórica, a posição de Washington demonstra confiança no grupo e rechaça a ideia de que eles uma organização terrorista, como defende a Turquia. Fonte: Associated Press.