Política

Preso aponta apoiador de Lucas Sanches como mandante de tentativa de homicídio

O candidato a prefeito pelo PL, Lucas Sanches, foi acusado por seu ex-chefe de Gabinete, Caíque Marcatt, de ser o autor da tentativa de assassinato que sofreu no último dia 5 de agosto, ao lado do jornalista Valdir Pimenta Junior.  Desde então, Lucas argumenta que se trata de armação, que não tem qualquer relação com o crime e garante que o assunto estaria encerrado, já que um dos presos, Matheus Henrique Barbeiro Garreti Marinho, teria confessado a participação na ação devido a uma briga no trânsito.

A tese de Lucas Sanches caiu por terra com a decretação da prisão de Anderson Araújo, parceiro de Lucas Sanches, na última segunda-feira, a partir de depoimento do próprio Matheus na cadeia. Segundo o GWeb apurou, o mandado de prisão foi expedido após o acusado preso declarar que agiu a mando de Anderson, que por sua vez esteve junto com Lucas Sanches uma hora após o crime. Os dois, além do vereador de Itaquaquecetuba, Carlos Santiago, foram juntos ao 4º DP registrar um BO contra Caíque Marcatt.

Nesta quarta-feira, dois dias depois, o decreto de prisão foi revogado contra Anderson. No entanto, a Justiça aplicou uma série de medidas restritivas contra o parceiro de Lucas Sanches, que segue sendo investigado por envolvimento no crime. A prisão provisória de Matheus também foi revogada após um mês, porém ele não foi colocado em liberdade já que tem outro mandado de prisão válido, por roubo.

Lucas Sanches ainda insiste em suas respostas à imprensa (veja abaixo) que Matheus tinha assumido o crime, citando que atacou Marcatt após uma briga de trânsito. Porém, diferentemente do que alega o candidato do PL, câmeras de segurança já mostravam que o ex-chefe de Gabinete e Pimenta vinham sendo perseguido por dois carros: o Kwid branco usado por Matheus e um T-Cross preto.

Três horas antes da tentativa de homicídio, Anderson Araújo, entusiasta e parceiro de Lucas Sanches, ameaçou Caíque Marcatt dentro da Câmara Municipal, prometendo que iria acertar as contas com o ex-chefe de Gabinete do vereador.  A gravidade da ameaça levou Marcatt e Pimenta no mesmo dia ao 5º DP, onde registrou denúncia por ameaça.

Ao saírem da delegacia e se dirigirem à padaria, já por volta das 18h, a dupla foi covardemente agredida por três homens, entre eles Matheus, com pedaços de paus e chutes. Imediatamente, Marcatt e Pimenta, em vídeos que postaram nas redes sociais, acusaram Lucas Sanches de envolvimento com o crime.

 

Aparelhos de celular de Anderson podem trazer novas evidências

Durante o cumprimento do mandado de busca e apreensão em endereço fornecido por Anderson, policiais do 5º Distrito Policial de Guarulhos, chefiados pelo delegado Fúlvio Mecca, encontraram quatro aparelhos de celular, que froam encaminhados para a perícia para a extração de dados, um caderno com muitas anotações, uma maquininha de cartão, além de panfletos da campanha de Lucas e até uma placa de livre acesso ao Poder Legislativo.

Desde segunda-feira, os policiais realizaram várias diligências em locais frequentados por Anderson, inclusive na Câmara Municipal e em comitês de campanha do PL, não o localizando. Na tarde desta terça-feira, eles foram a um endereço na Vila Barros, que Anderson apresentou como sendo de sua residência, no BO que registrou junto com Lucas Sanches.  No local, funciona a sede do Sindicato da Lotação, onde havia apenas um funcionário.

Preso em Arujá denunciou o parceiro do candidato a prefeito pelo PL

Quatro dias depois do crime, Matheus foi preso em Arujá com o Kwid branco, utilizado no ataque. Às autoridades policiais, assumiu participação no crime. Mas alegou em depoimento que atacou Marcatt após uma briga de trânsito, tese utilizada por Lucas Sanches para fugir das acusações. No entanto, as investigações mostraram que se tratava de mais uma mentira do grupo, já que tanto o Kwid de Matheus como um T-Cross preto, acompanhavam o carro de Marcatt desde a Câmara Municipal.

Na cadeia, acabou por delatar Anderson, informando que foi contratado por ele para atacar os desafetos de Lucas Sanches naquele dia. Com o decreto da prisão de Anderson, o elo em torno de Lucas Sanches se fecha.

Após desaparecer durante alguns dias após o crime, o amigo e pessoa bastante próxima do núcleo duro da campanha a prefeito do PL voltou a grupos de WhatsApp e redes sociais, sempre em defesa de Lucas Sanches, sempre desdenhando de seus adversários, contra quem disparou inclusive fake news, produzida pelo “gabinete do ódio”, um grupo encabeçado pelo candidato a prefeito do PL, encarregado de espalhar notícias falsas.

Anderson registrou BO contra Caíque junto com Lucas Sanches

Anderson Araújo é tão próximo de Lucas Sanches e do vereador Carlos Santiago, também acusado pelo ex-chefe de Gabinete, que no mesmo dia da tentativa de assassinato compareceu ao 4º DP da cidade para registrar um Boletim de Ocorrência contra a vítima.

Eles foram juntos à delegacia para acusar Marcatt e Pimenta de mentirem ao acusarem Lucas Sanches, Anderson Araújo e Carlos Santiago de serem os mandantes do crime, conforme disseram em vídeos divulgados em várias redes sociais.

A ligação de Anderson e Lucas vai além. Apesar do candidato a prefeito chegar a falar que não tinha qualquer relação com o parceiro, o nome de Anderson é citado por Carlos Santiago numa conversa de WhatsApp no grupo “Carne Crua”, em que Lucas e outros assessores combinam o disparo de notícias falsas contra adversários. Em determinado momento da conversa, Santiago informa o grupo que o “Anderson já divulgou” o conteúdo solto por eles de forma clandestina, através de chip dispensado e fora da cidade.

Na página do Facebook de Anderson, dezenas de postagens são de apoio ao parceiro Lucas Sanches desde antes do período eleitoral até poucos dias atrás. Em grupos de WhatsApp, o foragido acusado por participar da tentativa de assassinato de Caíque Marcatt passa várias horas do dia debatendo com adversários e postando informações de seu amigo Lucas e contra os adversários.

Perguntas não respondidas

O GWeb encaminhou algumas questões na tarde desta quarta-feira à assessoria de Lucas Sanches. No entanto, elas não foram respondidas. No lugar disso, a assessoria enviou uma nota. Veja abaixo as perguntas e as respostas:

  • Com a delação de Matheus, apontando que Anderson foi o mandante do crime, a resposta que o sr. sempre deu que o caso estava resolvido por se tratar de uma briga de trânsito já não corresponde à verdade. Mesmo estando em segredo de Justiça, a investigação já revela que o Anderson, um apoiador confesso de sua candidatura, tem envolvimento. O que o sr. tem a dizer?
  • Como o sr. explica que estava com Anderson uma hora após o crime no 4ºDP registrando um BO contra a vítima? Se o senhor insiste que não tem qualquer relação com Anderson, não é estranho que ele estivesse tão próximo ao senhor justamente no dia do crime? Ou assim como ocorreu com o Caíque, mais uma vez o senhor se aproximou de pessoas erradas em sua vida pública?
  • Como o sr. explica que até o dia do crime nem o senhor nem o seu time escondiam a proximidade com Anderson? Por que ocorreu esta mudança de comportamento?
  • A partir de agora, o sr. Anderson Araújo deixa de ser integrante de seu time?

 

NOTA ENVIADA PELA ASSESSORIA DE LUCAS

A campanha do candidato a prefeito de Guarulhos-SP pelo PL, Lucas Sanches, esclarece que o senhor Anderson Araújo não tem qualquer tipo de ligação profissional com o liberal. Ele é, tão somente, um membro do PMB e sem qualquer influência na campanha majoritária.

Também é importante ressaltar que já existem decisões por parte da Justiça Eleitoral que reconhecem que as acusações feitas por Caique Marcatt com relação a Sanches não são verdadeiras. Isso inclui a tentativa de assassinato que tentam imputar ao liberal.

Sobre todas as ilações feitas sobre Sanches por Marcatt, que já foi condenado por estelionato, ele está sendo, uma a uma, acionado pela Justiça, para que seja, no rigor da lei, responsabilizado.

 

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