Ainda que o Banco Central Europeu (BCE) espere que a inflação atinja seu pico no quarto trimestre de 2021 e modere ao longo de 2022, os membros do comitê do BC comum concordaram que as pressões nos preços são mais persistentes do que o projetado em setembro, e os dois principais problemas na oferta – os gargalos na cadeia de produção e os altos preços de energia – podem afetar a retomada econômica da zona do euro, segundo mostra a ata da reunião de política monetária realizada entre 27 e 28 de outubro pelo BCE, publicada nesta quinta-feira, 25.
De acordo com o documento, os dirigentes ainda não veem as pressões sendo repassadas para efeitos de segunda rodada, que indicariam inflação sustentada na zona do euro. Mas com a atual incerteza sobre a perspectiva para os preços, as autoridades entenderam como necessário monitorar de perto as expectativas de médio prazo, uma vez que o mercado se mostra cada vez mais preocupado com a inflação acima do esperado.
A incerteza do mercado quanto à inflação e a retomada contribuiu para um aumento no prêmio de risco, mas a forte alta recente nos juros de longo prazo não devem segurar a recuperação econômica, prevê o BCE.
De qualquer forma, o BCE ainda espera que, no médio prazo, a inflação anual retorne à meta de 2%, à medida que os choques atuais sobre a inflação perdem força. Quanto ao crescimento, os dirigentes do BC comum avaliaram que a recuperação segue forte, ainda que tenha perdido um pouco do fôlego recentemente, refletindo o cenário global.
Para o BCE, os riscos à atividade estão equilibrados e a evolução da retomada depende do rumo da pandemia de covid-19 e do avanço na vacinação contra a doença. Com uma taxa de desemprego de 7,5% em agosto, a participação europeia no mercado de trabalho seguia bem abaixo do nível do período anterior à crise, notou o BCE.