Pressionada pela direção partidária e pela ala oposicionista da sigla, a líder do PSB na Câmara, deputada Tereza Cristina (MS), avalia deixar o posto até o fim desta semana. O motivo seria a pressão que sofre para obrigar a bancada a votar pela aceitação da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer.
“Está indo longe demais essa situação. Ainda não estou decidida, mas devo resolver ainda nessa semana”, afirmou Tereza ao Broadcast Político nesta terça-feira, 10. Ela afirmou que, nesta quinta-feira (12), feriado do Dia de Nossa Senhora Aparecida, deve “parar para pensar” e tomar a decisão.
No fim de setembro, o diretório nacional do PSB decidiu fechar questão para tentar obrigar a bancada do partido na Câmara a votar pela aceitação da segunda denúncia. O diretório também decidiu obrigar todos os deputados da sigla que integram a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) a votarem contra Temer.
Atualmente, dos 66 membros titulares da CCJ, quatro são do PSB. São eles: Danilo Forte (CE), Fábio Garcia (MT), Julio Delgado (MG) e Tadeu Alencar (PE). Os dois primeiros são da ala que defendem apoio a Temer e votaram para barrar a primeira denúncia contra o presidente. Delgado e Alencar votam contra Temer.
Com a decisão do diretório, Forte e Garcia só poderão votar na CCJ se for pela aceitação da segunda denúncia contra Temer. Caso contrário, devem ser substituídos por Danilo Cabral (PE) e Gonzaga Patriota (PE), atualmente suplentes da comissão e que votaram pela aceitação da primeira denúncia no plenário da Câmara
Na primeira denúncia, o PSB também fechou questão contra o presidente. Mesmo assim, 11 deputados da legenda votaram a favor de Temer, ou seja, para barrar a denúncia. A maioria (22 deputados), porém, votou pela aceitação da acusação. Os outros se ausentaram da votação.
“Se ela Tereza não sair, vai ser expulsa”, afirmou Júlio Delgado, um dos principais porta-vozes da oposição no PSB. Segundo ele, a pressão dos oposicionistas deve aumentar ao longo das próximas semanas.