A Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, registrou um déficit de R$ 2,3 bilhões no acumulado de janeiro a outubro deste ano, reflexo da piora dos mercados no segundo semestre. Os dados referem-se ao Plano 1, que tem cerca de 110 mil associados e registrou rentabilidade 4,56% no período, desempenho aquém da meta atuarial de 11% (INPC + 4,75% ao ano).
O resultado reverte completamente o superávit registrado em 2021. Em maio, por exemplo, o superávit chegou a ser de R$ 28 bilhões no acumulado do ano. Segundo a fundação, o plano foi impactado nos últimos meses pelas incertezas nos mercados internacionais e, no cenário interno, pelas incertezas em função da alta da Selic, além da queda nas projeções de crescimento do PIB.
"Desde o início da pandemia também houve um descompasso das cadeias produtivas em nível global, o que levou a um problema de preços também no Brasil e elevou a pressão inflacionária. Tal cenário, aliado à volatilidade previsível de um ano pré-eleitoral, afeta tanto os investimentos de renda fixa quanto os de renda variável", afirma a fundação em nota, lembrando que o quadro não afeta apenas a Previ.
Apesar do déficit, a Previ afirmou que "a necessidade de contribuições extraordinárias em 2022 por parte dos associados é muito remota" para equacionar o desempenho negativo. No Plano 1, 95% dos associados estão aposentados, recebendo benefícios. A fundação reiterou que vem, gradativamente, realizando a migração dos investimentos do Plano 1 de renda variável para renda fixa para evitar perdas.
"Nesta fase de maturidade, é importante preservar a riqueza já formada, diminuir os riscos e buscar o equilíbrio. Afinal, prevenir é melhor do que remediar", informou a fundação. "Desde 2018 já foram migrados mais de R$ 52 bilhões em ações de 30 companhias para títulos públicos de vencimento no longo prazo. Esses ativos têm cinco características que ajudam a proteger o plano, sendo a principal delas as taxas de remuneração."