Estadão

Previsão do Focus de IPCA para 2023 passa de 4,75% para 4,65%

Após o anúncio da Petrobras de redução de R$ 0,12 no preço do litro da gasolina na semana passada, a expectativa para o IPCA deste ano voltou a melhorar no Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, 23. A projeção para a inflação oficial em 2023 passou de 4,75% para 4,65%. Um mês antes, a mediana era de 4,86%. Para 2024, foco da política monetária, a projeção oscilou de 3,88% para 3,87%. Há um mês, era de 3,86%.

Considerando somente as 114 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana para 2023 variou de 4,69% para 4,60%. Para 2024, por sua vez, a projeção de alta continuou em 3,85%, considerando 113 atualizações no período.

Para 2025, que agora tem peso minoritário nas decisões do Copom, a projeção continuou em 3,50% pela 13ª semana consecutiva – o que evidencia a reancoragem parcial destacada pelo BC após a manutenção da meta de inflação em 3,0% para os próximos anos. No horizonte mais longo, de 2026, a estimativa seguiu em 3,50% pela 16ª semana seguida.

As estimativas do Boletim Focus continuam acima do centro das metas para a inflação. Para 2023, a mediana agora está abaixo do teto da meta (4,75%), evitando o estouro do objetivo a ser perseguido pelo BC pelo terceiro ano consecutivo, depois de 2021 e 2022. Nos outros anos, as expectativas estão dentro do intervalo, mas também superam o alvo central de 3,0%.

No Comitê de Política Monetária (Copom) de setembro, o BC divulgou projeção de 3,5% para o IPCA de 2024, a mesma da reunião anterior. Para 2025, subiu a 3,1% no modelo. Para 2023, a projeção era de 5,0%.

<b>Projeção suavizada</b>

Os economistas do mercado financeiro reduziram no Boletim Focus desta semana a expectativa para a inflação suavizada para os próximos 12 meses, de 4,00% para 3,92%, de 4,04% há um mês.

No fim de junho, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou ao Conselho Monetário Nacional (CMN) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva irá editar decreto estabelecendo uma meta contínua de inflação a partir de 2025, em substituição à atual meta-calendário.

Na última sexta-feira, 20, Haddad confirmou que não há previsão para publicar o decreto que regulamenta a meta de inflação contínua. "Até aqui, não (há previsão de publicar o decreto). Consultas estão sendo feitas pela Secretaria de Política Econômica da Fazenda. Mas nós temos tempo, e provavelmente até o final do ano nós vamos ter notícias", disse o ministro, em São Paulo.

O secretário de Política Econômica, Guilherme Mello, já disse ao <b>Estadão/Broadcast</b> que a SPE já terminou a pesquisa sobre as experiências internacionais, mas que ainda não houve apresentação para o restante da equipe econômica nem para o presidente Lula, responsável por editar o decreto.

Na avaliação do diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, uma maior autonomia requer maior prestação de contas, mas que a autoridade monetária não antecipa nenhuma mudança na política monetária em função da introdução da meta contínua.

<b>Meses</b>

Os economistas reduziram a expectativa de inflação de curto prazo no Boletim Focus desta semana. A mediana para outubro passou de 0,35% para 0,27%. Há um mês, a expectativa era de 0,39%.

Para o IPCA de novembro, a estimativa passou de 0,32% para 0,30%, retornando ao nível de um mês antes. Já para dezembro, a previsão para o indicador passou de 0,52% para 0,51%, ante 0,52% de quatro semanas atrás.

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