A expectativa para a inflação deste ano recuou mais uma vez no Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, 18. A projeção para 2023 passou de 4,51% para 4,49%. Um mês antes, a mediana era de 4,55%. Para 2024, foco da política monetária, a projeção se manteve em 3,93%. Há um mês, era de 3,91%.
Considerando as 59 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana para 2023 passou de 4,51% para 4,48%. Para 2024, por sua vez, a projeção de alta passou de 3,92% para 3,93%, considerando 58 atualizações no período.
Para 2025, que também está no foco das decisões do Copom, a projeção continuou em 3,50% pela 21ª semana consecutiva – o que evidencia a reancoragem apenas parcial destacada pelo BC após a manutenção da meta de inflação em 3,0% para os próximos anos. No horizonte mais longo, de 2026, a estimativa também seguiu em 3,50%, pela 24ª semana seguida.
As estimativas do Boletim Focus continuam acima do centro das metas para a inflação. Para 2023, a mediana está abaixo do teto da meta (4,75%), evitando o estouro do objetivo a ser perseguido pelo BC pelo terceiro ano consecutivo, depois de 2021 e 2022. Nos outros anos, as expectativas estão dentro do intervalo e também superam o alvo central de 3,0%.
O Comitê de Política Monetária (Copom) divulgou na semana passada projeção de 3,5% para o IPCA de 2024, abaixo dos 3,6% da reunião anterior, de novembro. Para 2025, seguiu em 3,2% no modelo. Para 2023, a projeção foi atualizada de 4,7% para 4,6%. O colegiado reduziu a Selic pela quarta vez consecutiva em 0,50 pp, para 11,75% ao ano.
<b>Projeção suavizada</b>
Os economistas do mercado financeiro alteraram no Boletim Focus desta semana a expectativa para a inflação suavizada para os próximos 12 meses de 3,91% para 3,90%, de 3,93% há um mês.
No fim de junho, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou ao Conselho Monetário Nacional (CMN) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva irá editar decreto estabelecendo uma meta contínua de inflação a partir de 2025, em substituição à atual meta-calendário.
No dia 20 de outubro, Haddad confirmou que não há previsão para publicar o decreto que regulamenta a meta de inflação contínua. "Até aqui, não (há previsão de publicar o decreto). Consultas estão sendo feitas pela Secretaria de Política Econômica da Fazenda. Mas nós temos tempo, e provavelmente até o final do ano nós vamos ter notícias", disse o ministro, em São Paulo.
O secretário de Política Econômica, Guilherme Mello, já disse ao <b>Estadão/Broadcast</b> que a SPE já terminou a pesquisa sobre as experiências internacionais, mas que ainda não houve apresentação para o restante da equipe econômica nem para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, responsável por editar o decreto.
Na avaliação do diretor de Política Econômica do BC, Diogo Guillen, uma maior autonomia requer maior prestação de contas, mas que a autoridade monetária não antecipa nenhuma mudança na política monetária em função da introdução da meta contínua.
<b>Curto prazo</b>
Os economistas revisaram as expectativas de inflação de curto prazo no Boletim Focus desta segunda. A mediana para dezembro passou de 0,45% para 0,43%. Há um mês, a expectativa era de 0,48%. Para o IPCA de janeiro de 2024, a estimativa passou de 0,40% para 0,39%, de 0,42% um mês antes. Já para fevereiro, a previsão para o indicador passou de 0,58% para 0,59%, ante 0,57% de quatro semanas atrás.