O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse nesta quarta-feira, 21, que, com o tempo, as previsões dos analistas do mercado em relação ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e abertura de postos de trabalho vão convergir para as projeções do Ministério da Fazenda. Ele fez a afirmação ao ser perguntado pelo Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado) sobre quais previsões estariam erradas, já que ele projeta crescimento de 3% do PIB em 2018 e a abertura de 2,5 milhões de novos empregos, sendo que o mercado trabalha com abertura de 1 milhão de empregos e PIB de 2,8%.
Meirelles explicou que no mercado de trabalho é preciso considerar os fatores que levam à pressão sobre a População Economicamente Ativa (PEA). Segundo ele, uma coisa é o número de postos de trabalho que são abertos numa economia e outra é a taxa de desemprego.
De acordo com ele, se são criados 2,5 milhões de novos empregos e mais 1,5 milhão de pessoas que não estavam procurando emprego passam a procurar trabalho a impressão fica quando se quando se olha para a taxa de desemprego é a de que foram criados 1 milhão de novos postos.
Para o ministro, a tendência é a de que as pessoas desempregadas, conforme forem vendo que a economia está crescendo e que novas vagas estão sendo abertas, comecem a sair para procurar empregos. Essas pessoas que não eram consideradas desempregadas pelo IBGE, disse o ministro, passam a ser contadas como desempregadas.
Aço
O ministro da Fazenda voltou a afirmar que teve, na terça, em Buenos Aires, uma conversa importante com secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, sobre a questão da sobretaxação nas importações de aço pelos Estados Unidos. Os dois se encontraram na reunião do G-20, que foi realizada capital portenha.
“Mostrei ao secretário que a sobretaxa do aço é prejudicial para o Brasil e para eles também”, disse Meirelles. Ele contou ter explicado ao secretário norte-americano que o aço brasileiro embarcado para pelo Brasil é acabado em território americano por empresas norte-americanas. “Mostrei que não há nos EUA preocupações com o Brasil com relação a preços injustos ou dumping”, afirmou o ministro brasileiro.
Meirelles disse que recebeu de Mnuchin a promessa de que levaria ao governo de Washington as posições do Brasil.
Perguntado sobre se o secretário teria estabelecido um prazo para endereçar respostas ao governo brasileiro, Meirelles afirmou que não, até porque esse tipo de decisão não é tomada pelo Tesouro dos Estados Unidos.
Conselhão
O ministro da Fazenda afirmou que levará nesta quarta ao Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), o chamado Conselhão, um relatório sobre como anda a economia brasileira e que mostrará aos membros do grupo os projetos prioritários, na visão, da sua pasta. “Vou levar um relatório sobre a economia brasileira e mostrar os projetos prioritários na nossa visão”, disse Meirelles.
Perguntado pelo Broadcast sobre quais seriam os projetos que na visão da Fazenda são os prioritários, o ministro destacou, na lista dos 15 projetos prioritários lançados pelo governo – a divulgação se deu tão logo ficou estabelecido o adiamento da reforma da Previdência após a intervenção federal na Segurança Pública do Rio -, a reoneração da folha de pagamento das empresas, o cadastro positivo e a simplificação tributária.
Meirelles fez palestra nesta quarta para 6 mil gerentes do Banco do Brasil que se reuniram no Allianz Parque, a arena do Palmeiras, na zona oeste da capital paulista.