O Parque Villa-Lobos carrega uma história de transformações. O terreno de 732 mil m² localizado na zona noroeste de São Paulo já foi um dos maiores lixões da cidade, na década de 1980, quando para lá iam os descartes do Ceagesp e de construtoras. Em 1994, a Prefeitura iniciou um plano para a preservação da área. Quase 30 anos depois, ocorre nesta quinta-feira, 26, a primeira Bienal do Lixo de São Paulo.
"O parque é um dos maiores exemplos de como é possível fazer uma mudança radical quando se pensa em sustentabilidade", conta ao <b>Estadão</b> o curador da Bienal do Lixo, Mário Farias, que com Rita Reis arquitetou o projeto. Na programação, serão três eixos temáticos que englobam exposições de artistas em diálogo com a temática ambiental, oficinas que vão oferecer ao público dinâmicas para praticar a conservação e a Mostra de Cinema, que debaterá a preservação ambiental.
<b>FILMES</b>
Com curadoria de Luanna Negreiros, Roberto Gazzi e Junior Baaruch, a Mostra de Cinema vai ocupar a Biblioteca do parque. São 18 filmes, que buscam diálogo com a sustentabilidade e ecologia.
Para Negreiros, fazer a curadoria da primeira edição da Bienal do Lixo foi um desafio por conta da riqueza de materiais. A produtora cultural chegou a assistir a mais de 300 curtas. "Procurei fazer uma seleção que juntasse produções informativas para dialogar com todas as classes", diz. Segundo Farias, faltam ainda informações básicas para o cotidiano, como tutoriais sobre descarte e a importância de se reciclar. "A Bienal quer prestar esse serviço para que as pessoas possam entender a importância das ações pequenas no impacto à natureza."
Durante a seleção de obras, o meio ambiente está no centro do debate. Entre os nomes, estão o paulista Jorge Solyano com suas esculturas e o muralista Ubiratan Fernandes.
Na Mostra de Cinema, destaque para o diretor Sérgio Kalili e seu curta Abelhas, lançado pela Liga da Mata, em que ele chama a atenção para o problema da extinção desses insetos.
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>