Em clima de campanha para reeleição, o primeiro-ministro de Portugal, Pedro Passos Coelho, tem usado a crise grega para convencer os portugueses a votarem nos candidatos da sua coalizão de centro-direita, em detrimento do principal partido de oposição, o Partido Socialista, que é contrário às medidas de austeridade.
As eleições estão marcadas para daqui a três meses e, segundo Passos Coelho, o país não pode repetir a crise financeira de 2011, quando o país quebrou e precisou de um resgate de 78 bilhões de euros, depois de seis anos com o Partido Socialista no poder. O primeiro-ministro lembrou que seu governo começou a reduzir a dívida e a conduzir reformas econômicas em Portugal. No ano passado, a economia cresceu 0,9%, após três anos seguidos de recessão.
“Está nas mãos do povo português a escolha entre uma mudança duradoura ou o risco que outro caminho pode trazer”, disse, em entrevista a uma emissora de televisão local. Muitos analistas veem Portugal como o membro mais frágil dos 19 membros da zona do euro, depois da Grécia.
O mercados financeiro, no entanto, tem recuperado a sua confiança na economia portuguesa. Depois de investidores virarem as costas para Portugal há quatro anos, o país, agora, não tem mais dificuldade para obter empréstimos no mercado aberto. Nos últimos meses, a crise grega se aprofundou, o que levou os dois partidos da coalizão governista a empatarem com o Partido Socialistas nas pesquisas de intenção de voto. No ano passado, os socialistas lideravam com folga.
A imagem do governo é mais vulnerável ao desemprego, que está em 13%. Isso não inclui os cerca de 400 mil portugueses que saíram do país para procurar emprego nos últimos anos. Os socialistas têm prometido aliviar as medidas de austeridade, entre outras coisas, e retomar feriados que o governo suspendeu em uma tentativa de aumentar a produtividade. Fonte: Associated Press.