Variedades

Princesas, tolas e fáceis de enganar

Fãs de Larissa Manoela poderão reconhecer a voz da garota na personagem Leonora, de Encantado. E com certeza irão se divertir muito mais com a ladra, que rouba a cena das princesas na animação de Ross Venokur. Justamente, as princesas – elas lembram muito uma cena da franquia Shrek – o 3 -, quando cantam a Immigrant Song da banda Led Zeppelin. No filme com o ogro, as princesas terminam usando o sapatinho de cristal como um bumerangue, enquanto agora elas cantam unidas o grande troféu que é ter um homem, um príncipe, para chamar de seu. O problema é que ele não é – delas.

O ponto de partida de Encantado faria a delícia do próprio Bruno Bettelheim, que fez a revisão dos contos de fadas. O filme reúne três princesas – Branca de Neve, Cinderela e Bela Adormecida. Estão animadíssimas com o Príncipe Encantado, mas só até descobrir que o príncipe é o mesmo e está enganando as três. O Encantado, que dá título à animação, deveria ser o personagem mais interessante do filme, mas é só um filhinho de mamãe mimado que usufrui as benesses de ser o herdeiro de papai. Princesas, é a tese do diretor, são fáceis de enganar. Já a ladra… Se existe uma mulher empoderada na fábula, é ela.

Pegando carona em certas similaridades entre As Viúvas e O Ódio Que Você Semeia – leia acima -, pode-se afirmar que o público não perde por esperar janeiro, quando vai estrear Wifi Ralph – Quebrando a Internet.

Uma das melhores cenas do filme, senão a melhor, é esse recanto que a heroína invade para encontrar as princesas da Disney, que desfrutam de um breve momento de descanso entre uma audição e outra. O que fazem princesas? Cantam, e sonham com seu príncipe. São ultrapassadas. O mundo é das empoderadas. Da parceira de Ralph, Vanellope, da ladra de Encantado. Se não fosse ela, a animação de Venokur, apesar do capricho visual, seria bem menos divertida.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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