Os diretores do Banco Central (BC) avaliaram na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que o processo de desinflação em curso é mais lento. Segundo os membros do colegiado, a inflação atual é "movida por excessos de demanda, em particular no segmento de serviços".
"O Comitê reafirma que o processo desinflacionário em seu atual estágio demanda serenidade e paciência na condução da política monetária para garantir a convergência da inflação para suas metas", informou o BC, na ata do Copom.
Os diretores do Banco Central destacaram que a dinâmica da desinflação segue caracterizada por um processo com dois estágios distintos. No primeiro estágio, já encerrado, a velocidade de desinflação foi maior, com maior efeito sobre preços administrados e efeito indireto nos preços livres através de menor inércia.
"No segundo estágio, que se observa atualmente, a velocidade de desinflação é menor e os núcleos de inflação, que respondem mais à demanda agregada e à política de juros, se reduzem em menor velocidade, respondendo ao hiato do produto e às expectativas de inflação futura", destacou o BC, na ata.
Os membros do Copom também ressaltam o comportamento benigno recente nos preços de atacado, tanto na parte de alimentos quanto na parte de industriais. Além disso, em função de um cenário hídrico confortável para este ano, adotou-se a expectativa de bandeira verde para dezembro de 2023 e para dezembro de 2024.
"Em termos de trajetória de inflação ao consumidor ao longo de 2023, ressalta-se que se espera uma queda relevante na inflação acumulada em doze meses ao longo deste segundo trimestre em função do efeito base do ano anterior. No segundo semestre de 2023, como os efeitos das medidas tributárias que reduziram o nível de preços no terceiro trimestre de 2022 não estão mais incluídos na inflação acumulada em doze meses e ainda se terá a inclusão dos efeitos das medidas tributárias deste ano, se observará elevação do mesmo indicador", informou o BC.