O procurador da República Daltan Dallagnol, que encabeça a força-tarefa da Operação Lava Jato, assegurou na tarde desta segunda-feira, 16, em Curitiba, que a Procuradoria da República no Estado do Paraná tem evidências de que o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, tinha consciência de que recebia pagamentos a título de propina, pois se reunia com regularidade com o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, que voltou a ser preso hoje, e com um outro “colaborador”, o vice-presidente da Camargo Corrêa, Eduardo Leite. “Nós temos evidências não só das doações, mas também de que Vaccari sabia que eram propina”, denunciou.
Segundo Dallagnol, Leite afirmou textualmente que se encontrou com o tesoureiro do PT e que ele teria falado em “doações eleitorais a título de propina devida”. O procurador da República comentou que a acusação criminal feita nesta segunda-feira tem por base, entre outras coisas, um depoimento colhido pela Polícia Federal (PF) em que Leite declara que Vaccari Neto pediu que parte da propina fosse paga por meio de doação eleitoral. Dallagnol, no entanto, complementou que a colaboração de Leite ainda não foi homologada oficialmente.