Afetada por fortes chuvas no primeiro bimestre e pelo agravamento da pandemia da covid-19, a indústria de mineração registrou produção de 220 milhões de toneladas no período de janeiro a março, uma queda de 17,7% frente ao mesmo trimestre de 2019. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira, 15, pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), que enxerga um horizonte de novas quedas no volume produzido e exportado de minérios no País, diante do cenário atual de crise global.
"A continuar a situação atual a expectativa de maneira realista é de queda de produção. Enquanto a China vem recuperando suas atividades, a Europa está paralisada em termos de importação de produtos minerais", afirma o presidente do conselho diretor do Ibram, Wilson Brumer, para quem temos à frente mais três trimestres "preocupantes".
O faturamento do setor no primeiro trimestre somou R$ 36 bilhões. Os dados do Ibram excluem a produção de petróleo e gás, que também é parte da indústria extrativa mineral.
Os Estados do Pará e Minas Gerais tiveram a maior participação na receita dos setor, com 45% e 36%, respectivamente.
As exportações totais do setor mineral brasileiro também apresentaram queda de 17% nos volumes ante o mesmo trimestre do ano passado, somando 147 milhões de toneladas no primeiro trimestre. A variação cambial e o preço internacional dos minérios ajudaram a manter o valor, em dólar, dessas transações externas em cerca de US$ 7 bilhões na mesma base de comparação.
No primeiro trimestre de 2020 a indústria da mineração registrava 1,9 milhão de postos de trabalho, diretos e indiretos.
De acordo com Brumer, não há sinalização de demissões por parte de nenhuma das empresas associadas ao instituto.
O executivo afirma que passada a fase mais aguda da pandemia, o setor estará preparado para retomar suas operações de imediato.