A produção nacional de pneus cresceu 2% no primeiro semestre deste ano em relação a igual período do ano passado, divulgou a Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (Anip). De janeiro a junho, foram produzidos 35,8 milhões de unidades, ante 35,1 milhões nos seis primeiros meses de 2014. A alta da produção, contudo, não foi acompanhada pelo crescimento das vendas globais, que recuaram 0,6% no período, ao somarem 37,02 milhões de pneus.
O crescimento da produção foi puxado basicamente pela fabricação de pneus para carros de passeio, que avançou 9,4% no período, para 18,48 milhões de unidades. A produção de pneus para máquinas industriais também aumentou, 18,1%, para 1,223 milhão de unidades. Todas as outras categorias de pneus registraram queda na produção. A mais intensa foi de pneus para avião (-97,4%), seguido por tratores (-18,9%), máquinas agrícolas (-13,7%), carga (-13,4%), duas rodas (-3,9%) e caminhoneta (-2,4%).
A queda nas vendas, por sua vez, só não foi maior em razão do mercado de reposição, única entre as três modalidades que registrou crescimento. No primeiro semestre, a comercialização de pneus destinados à reposição cresceu 10,9%, para 23,55 milhões de unidades. O avanço foi puxado principalmente por altas nas vendas de pneus para carros de passeio (16,7%), caminhoneta (13%) e duas rodas (7,2%). Já a venda às montadoras caiu 18,7%, ao totalizar 7,63 milhões de unidades, enquanto as exportações recuaram 12,1% no período, para 5,58 milhões de pneus.
O presidente executivo da Anip, Alberto Mayer, avalia que a desvalorização do real ante o dólar “não ajudou” a resolver o problema da competitividade brasileira. “É preciso rever a questão tributária, os encargos sobre mão de obra, o custo de energia, a burocracia, o abastecimento de insumos e criar novos acordos comerciais para voltar a ter vendas externas crescentes”, defendeu em nota. A associação ressaltou que, apesar da queda do volume exportado, a balança comercial das associadas teve superávit de US$ 345 milhões.