Economia

Produção e vendas de químicos recuam no 1º trimestre, diz Abiquim

A produção e as vendas internas de produtos químicos de uso industrial recuaram 1,87% e 1,05%, respectivamente, nos três primeiros meses de 2015, na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo informou nesta quarta-feira, 29, a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim). Além disso, houve redução de 0,4% na demanda por produtos químicos e de 5,7% nas importações, na mesma base de comparação.

Segundo a entidade, a parte mais expressiva dessa retração do setor está associada à redução da atividade econômica nacional e, em menor proporção, às paradas para manutenção nas fábricas.

Em nota, a Abiquim classificou os números como preocupantes. “Pode estar havendo substituição da demanda de químicos por produtos importados acabados”, diz a diretora de economia e estatística da entidade, Fátima Giovanna. Segundo ela, o índice que mais chama a atenção é o recuo da demanda. “A situação de competitividade dos segmentos mais expostos ao mercado internacional está muito difícil. A elevação dos custos de produção no mercado interno, associada aos custos da energia e das matérias-primas, bem como as deficiências logísticas e a alta carga tributária, têm impactado esses setores e não tem sido diferente com a química”, avalia.

Nos últimos 12 meses, de abril de 2014 a março de 2015, a produção caiu 3,75% e as vendas internas recuaram 4,14%. No entanto, o consumo aparente nacional (CAN), importante medida da demanda nacional por produtos químicos, registrou alta de 0,9% no período, até março de 2015, na comparação com os 12 meses anteriores. Já a participação das importações sobre o CAN atingiu 35,3% nesse período.

Para a entidade, o cenário de curto prazo é de muita precaução e várias incertezas, portanto o setor precisa trabalhar com uma visão de longo prazo. “O setor carece de medidas estruturantes, que possam atrair novos investimentos. Mas, para sobreviver aos próximos anos, os pontos de maior relevância a serem equacionados em curto e médio prazos são a adoção de uma política para o uso do gás natural como matéria-prima, além da segurança no fornecimento da energia elétrica e tarifa mais atrativa para a produção industrial”, diz a diretora da Abiquim.

Capacidade Instalada

A entidade destacou ainda que a média de utilização da capacidade instalada da indústria química ficou em 79% em 2014, atingindo o nível mais baixo da história. Segundo Fátima, o nível padrão de utilização para estimular investimentos e reduzir a frequência de paradas para manutenção, que geram custos adicionais, fica entre 87% e 90%.

“A ociosidade elevada é justificada pela falta de competitividade do produtor nacional, que tem perdido cada vez mais espaço para o importado. Em 2014, além do recorde de ociosidade, destaca-se também o mais alto nível de participação das importações sobre a demanda, de 35,7%”, aponta a diretora.

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