A queda de 0,4% na indústria em junho ante maio foi verificada em 15 dos 26 ramos industriais pesquisados na Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), cujos dados foram divulgados nesta terça-feira, 2 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O pior desempenho ficou com os produtos farmoquímicos e farmacêuticos, com tombo de 14,1% na passagem de maio para junho. Tamanha queda fez com que essa atividade tivesse o maior peso na queda de 0,4% no agregado da produção industrial.
O segundo maior peso no desempenho negativo ficou com a produção de derivados de petróleo e biocombustíveis, informou o IBGE. Essa atividade registrou queda de 1,3% na produção, na passagem de maio para junho.
Na contramão, a produção de veículos saltou 6,1% em junho ante maio. Segundo André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE, a produção de veículos vem puxando positivamente o desempenho da produção de bens de consumo duráveis. Em junho ante maio, a produção de duráveis cresceu 6,4%.
Apesar dessa alta recente, a categoria dos bens de consumo duráveis segue com o pior desempenho entre as atividades industriais. A produção dessa categoria chegou em junho 15,6% abaixo do nível de atividade de fevereiro de 2020, antes da pandemia de covid-19. Antes das altas de maio e junho, essa distância estava em 23,8%.
Por isso, Macedo não vê as altas recentes na produção de duráveis e de veículos em particular como uma mudança na trajetória. "A leitura de duráveis ter crescido não garante trajetória sustentada de crescimento", afirmou o pesquisador do IBGE.
<b>Comparação anual</b>
A queda de 0,5% na indústria em junho ante junho de 2021 foi verificada em 14 dos 26 ramos industriais pesquisados na PIM-PF. Segundo o IBGE, a principal influência negativa foi a indústria extrativa, com queda de 5,4% na produção, na comparação com junho do ano passado. Dentro dessa atividade, o IBGE destacou o desempenho negativo da produção de petróleo e de minérios de ferro.
O segundo maior peso na queda de junho ante igual mês de 2021 ficou com a metalurgia. A produção dessa atividade registrou recuo de 8,3%. Conforme o IBGE, o destaque negativo ficou por conta dos produtos siderúrgicos e de ferronióbio.
Já a produção de farmoquímicos e farmacêuticos tombou 19,6%. Nesse caso, o IBGE destacou a fabricação de medicamentos como responsável pela queda.
Na contramão, o principal impacto positivo ficou com a produção de derivados de petróleo e biocombustíveis, com alta de 8,6% na produção de junho ante igual mês de 2021. A produção de veículos automotores cresceu 5,9%.