A indústria elétrica e eletrônica contabilizou em janeiro uma queda de 2,8% na sua produção comparativamente a dezembro, descontados os efeitos sazonais, segundo dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) compilados pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee). A produção da indústria como um todo caiu 2,4% no mesmo período.
A Abinee pondera que a queda da produção industrial de elétricos e eletrônicos em janeiro interrompe uma sequência de duas altas. "Esse resultado é devido à retração de 4,5% da área eletrônica e ao recuo de 1,1% da área elétrica", informou o presidente da Abinee, Humberto Barbato.
Na comparação com janeiro de 2021, a produção do setor caiu 12,4%.
Nota-se que o resultado apontado em janeiro de 2022 foi inferior aos registrados em janeiro de 2019, de 2020 e de 2021.
Segundo os economistas da Abinee, vale ressaltar que a queda da produção no mês de janeiro de 2022 pode ter sido influenciada também pelo aumento de casos de afastamentos simultâneos de funcionários devido ao rápido avanço da variante Ômicron no início de ano.
Conforme sondagem de conjuntura realizada pela Abinee, 46% das empresas participantes dessa pesquisa informaram que a produção foi afetada em janeiro devido a este motivo.
Ao avaliar a produção apontada em janeiro de 2022 comparada com a verificada em janeiro de 2021, a queda mais expressiva ocorreu na área elétrica, cuja retração atingiu 19,6%, enquanto o recuo da área eletrônica foi de 3,7%. Na área elétrica, as maiores quedas foram na produção de lâmpadas e outros equipamentos de iluminação (33,3%), eletrodomésticos (28,6%), pilhas e baterias (25,2%) e equipamentos para distribuição e controle de energia elétrica (22,1%).
No caso de geradores, transformadores e motores elétricos, a queda foi mais modesta, atingindo 3,1%. Por outro lado, a produção de outros equipamentos elétricos cresceu 15,2%. Neste segmento estão classificados os aparelhos elétricos de alarme para proteção contra roubo ou incêndio e eletrodos, escovas e outros artigos de carvão ou grafita para usos elétricos.
A retração na produção de bens da área eletrônica foi influenciada pelas quedas de 20% dos aparelhos de áudio e vídeo e 4,7% dos instrumentos de medida. A produção dos demais segmentos cresceu, com destaque para a elevação de 16,4% nos equipamentos de comunicação. Em seguida, vieram os componentes eletrônicos, com alta de 9,1% e os bens de informática e periféricos, 2,7%.