Em um mês de interrupções nas linhas de montagem, seja por falta de peças, seja pelo risco de contaminação com o agravamento da pandemia, a produção de veículos no Brasil caiu 4,7% na passagem de março para abril. No total, foram produzidas 190,9 mil unidades, entre carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus.
Em razão do aumento das estatísticas de óbitos e contaminações na segunda onda da covid-19, a maioria das montadoras parou a produção por períodos de sete a 17 dias entre março e abril. Depois disso, por falta de peças, a Fiat suspendeu o segundo turno de produção na fábrica de Betim por dez dias.
Ainda assim, não se repetiu a paralisia completa da indústria que um ano antes, em abril de 2020. Diante da base fraca de comparação, a produção nos quatro primeiros meses do ano foi 34,2% maior do que a de igual período de 2020.
O resultado do mês passado reflete a queda de 7,5% das vendas na comparação com março. O agravamento da crise sanitária também causou o fechamento, seguido por horário de funcionamento restrito, do comércio de produtos considerados não essenciais, o que incluiu concessionárias de alguns dos maiores mercados do País, como São Paulo. Já as exportações caíram 7,9% na passagem de março para abril.
Na comparação com abril de 2020, quando o primeiro choque da pandemia paralisou diversos setores da economia, os volumes mostram um salto nos dois canais. Enquanto as vendas de veículos no Brasil mais do que triplicaram (alta de 214,2%), as exportações mostraram crescimento de 369,7% frente ao quarto mês do ano passado.
Nos quatro primeiros meses de 2021, as vendas acumularam alta de 14,5%, para 703 mil. As exportações avançaram 34,7%, chegando a 129,6 mil veículos de janeiro a abril.
O levantamento da Anfavea mostra ainda que a indústria de veículos fechou 14 vagas de trabalho no mês passado, que terminou com as montadoras empregando diretamente 104,7 mil pessoas.
A exemplo dos últimos dois meses, a Anfavea segue sem divulgar os resultados de suas associadas no setor de tratores agrícolas e máquinas de construção. O motivo é a atualização que está sendo feita na série estatística após o desligamento da John Deere da associação.