A produção, o emprego e a utilização da capacidade instalada da indústria recuaram em outubro. É o que aponta a pesquisa Sondagem Industrial, divulgada nesta sexta-feira, 18, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Associado a esse cenário de queda, os estoques do setor industrial aumentaram acima do planejado, "indicando estoques excessivos e frustração dos empresários com a demanda".
De acordo com o levantamento, a produção industrial registrou a segunda queda consecutiva em outubro, ficando em 48,5 pontos, número abaixo da linha divisória de 50 pontos que separa o aumento da queda da produção industrial. Essa é primeira queda no indicador para um mês de outubro desde 2016, segundo a CNI. Em setembro, o índice foi de 49 pontos.
Outro dado negativo da pesquisa é o do emprego do setor, que teve queda após alta por cinco meses consecutivos. O índice que mede a evolução do emprego caiu para 49,6 pontos, ante 51,4 pontos registrados em setembro. Essa foi a primeira queda do emprego industrial para meses de outubro desde 2019.
A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) também caiu um ponto porcentual, para 71%. Essa foi a segunda queda consecutiva do indicador, o que leva a UCI a acumular recuo de dois pontos porcentuais nos dois últimos meses.
Já o índice de evolução do nível de estoques teve alta para 51,5 pontos, ante 50,1 pontos registrado em setembro. O índice de estoque efetivo em relação ao planejado também subiu de 50,9 pontos em setembro para 52,4 pontos em outubro. "O resultado coloca os estoques do setor industrial no nível mais acima do planejado desde julho de 2019."
<b>Expectativas</b>
Todas as expectativas do setor industrial tiveram forte queda no mês de novembro. Pela primeira vez em mais de dois anos, a expectativa de queda no emprego industrial e nas exportações nos próximos seis meses recuaram. A intenção de investimento do setor também caiu e ficou no menor patamar em mais de dois anos.
A Sondagem mostra que o índice de expectativa de demanda pelos produtos industriais nos próximos meses foi a que teve maior queda, de 5,5 pontos, para 51,4 pontos. Apesar da queda, ainda há expectativa de alta de demanda, mesmo que mais modesta, destaca a CNI.
O índice de expectativa de compras de matérias-primas teve queda de 4,3 pontos, para 50,2 pontos. "O valor está muito próximo da linha divisória de 50 pontos, de forma que a expectativa da indústria é praticamente neutra, ou seja, não se espera nem aumento, nem queda das compras de matérias-primas nos próximos seis meses", afirma a entidade.
O indicador que mede a expectativa do número de empregados registrou recuo de 3,3 pontos, para 49,0 pontos. O que mede expectativa da quantidade exportada ficou em 49,6 pontos, queda de 2,7 pontos. Essa foi a primeira vez desde junho de 2020 que os empresários industriais apresentaram expectativa de queda de emprego e exportações em seus negócios.
Essa piora nas expectativas se reflete na intenção de investimento do setor que caiu ao menor patamar em mais de dois anos. O índice de intenção de investimento recuou 3,9 pontos, para 53,5 pontos.
A Sondagem foi feita entre os dias 1º e 10 de novembro, com 1.757 empresas, sendo 703 pequenas, 615 médias e 439 grandes.