Após queda em abril, a produção industrial voltou a subir em maio, de acordo com sondagem da Confederação Nacional da Indústria (CNI). O índice do mês passado, porém, foi o menor para maio nos últimos três anos, mostrando que o setor ainda tem dificuldades em deslanchar.
Em uma escala na qual valores acima dos 50 pontos significam crescimento, a produção na indústria registrou 51,6 pontos. Em abril, houve uma retração significativa, com o indicador em 42,6 pontos, bem distante da linha divisória dos 50 pontos.
"Destaca-se ainda que, nos oito meses anteriores, o índice de evolução a produção ficou abaixo dos 50 pontos em sete deles, ou seja, essa alta da atividade, além de moderada, ocorre após uma série de resultados negativos", destacou a CNI.
A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) das fábricas aumentou 2 pontos porcentuais em maio, chegando a 69%. Mas, assim como o indicador de produção, esse é o menor uso do parque industrial para maio nos últimos três anos.
Já o emprego no setor caiu pelo oitavo mês consecutivo, com o indicador em 48,4 pontos em maio. "O resultado está abaixo da linha divisória dos 50 pontos desde outubro de 2022, indicando que a percepção de queda do emprego industrial que marcou o último trimestre de 2022 se mantém", acrescentou a entidade.
A sondagem mostra ainda que os estoques da indústria seguem acima do planejado pelos empresários. Pelo quarto mês seguido, o indicador ficou acima dos 50 pontos, chegando a 51,3 pontos no mês passado.
Apesar o resultado ainda insatisfatório para o setor, todas as expectativas dos executivos da indústria para os próximos seis meses melhoraram em junho. O índice de demanda passou de 53,6 para 54,6 pontos. Para quantidade exportada, o indicador passou de 50,2 para 50,8 pontos. Para compra de matérias-primas, melhorou de 51,7 para 52,7 pontos.
Da mesma forma a expectativa de contratações saiu do campo da retração, de 49,9 para 50,7 pontos. E a intenção de investimento subiu de 52,9 para 54,0 pontos. "A alta de junho reverte totalmente a queda de maio e recoloca o indicador no mesmo patamar de fevereiro de 2023. Ou seja, essa dinâmica sugere relativa estabilidade na intenção de investir e cautela nas decisões de investimento por parte dos empresários da indústria", concluiu a CNI.