Relatório do Conference Board divulgado nesta terça-feira, 26, mostra que a produtividade total dos fatores (PTF) caiu 2,3% no Brasil em 2014, mesmo com a expansão de 0,3% da produtividade da mão de obra – um dos componentes da PTF. A expectativa é de nova retração da produtividade geral este ano, já que a projeção para a produtividade da mão de obra é de contração de 2,0%.
Segundo o Conference Board, a forte desaceleração na produtividade da mão de obra no Brasil no ano passado reflete a perda de força da economia, com o crescimento do PIB praticamente zerado e uma leve queda no número de pessoas empregadas. “A falta de inovação e o ritmo lento de ganhos na capacitação dos empregados e práticas de gestão contribuem para a continuidade da desaceleração na produtividade do Brasil”, diz o estudo.
O relatório aponta que tanto o Brasil como a América Latina como um todo sofrem com uma infraestrutura inadequada e poucos investimentos em maquinário e equipamentos para melhorar a produtividade no curto prazo. Para este ano, a previsão é de que a produtividade da mão de obra na região recue 0,6%, com a continuidade da queda na produção, sem ajustes suficientemente grandes no nível de emprego para compensar isso.
A pesquisa do Conference Board aponta que a produtividade da mão de obra no Brasil no ano passado equivalia a 25% da registrada nos Estados Unidos, que são a referência global. A média na América Latina é de 29%, variando de 12% na Bolívia a 59% em Trinidad e Tobago.
Na média mundial, a PTF recuou 0,2% em 2014, após a estabilidade em 2013 e queda de 0,1% em 2012. “Conforme a economia global continuou seu desempenho tépido em 2014, o mesmo ocorreu com o crescimento da produtividade”, diz o estudo. A produtividade da mão de obra cresceu 2,1%, sem sinais de que voltará para a média anual pré-crise financeira global, de 2,6%. A expectativa é de que este ano haja desaceleração para 2%.